Os caminhos para o sucesso (e o fracasso) nas negociações da COP26

COP26 The Elders

A menos de duas semanas para a abertura da COP26 em Glasgow, as especulações em torno das negociações e possíveis resultados seguem desenfreadas. No GreenBiz, Helen Mountford, Taryn Fransen e Jamal Srouji sintetizaram as possibilidades da Conferência em quatro questões críticas que precisarão ser respondidas por negociadores e líderes internacionais ao longo das duas semanas de conversas na Escócia.

Primeiro, os países estão dispostos a fazer cortes profundos de emissões na próxima década para manter viável a meta de 1,5oC? Segundo, os países em desenvolvimento terão o financiamento e o apoio necessários para reduzir suas emissões e se adaptarem aos efeitos da crise climática? Terceiro, os negociadores concordarão com regras que mantenham a integridade e a ambição do Acordo de Paris? E, por fim, os países e as empresas estão preparados para se comprometerem com mudanças revolucionárias para viabilizar a descarbonização da economia global até 2050?

Em um nível mais político, o ex-secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ressaltou que a COP26 dependerá fundamentalmente da disposição política dos EUA e da China para superar as divergências geopolíticas. “Estamos apelando aos líderes dos EUA e China para que vejam seus interesses comuns e encontrem uma maneira para trabalharem juntos. Precisamos de uma meta ambiciosa desses países para 2030, para que eles cumpram com o que prometeram”, disse Ban nesta 2ª feira (18/10) durante evento do grupo The Elders. O Guardian deu mais detalhes.

Já a primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, defendeu no Financial Times um “plano de prosperidade climática global” para permitir um futuro carbono zero para todos os países, bem como adaptação contra os impactos negativos da mudança do clima. “Se os líderes ocidentais ouvirem, se envolverem e agirem de forma decisiva acerca daquilo que a ciência exige deles, poderemos fazer da COP26 o sucesso que precisamos desesperadamente que ela seja”, escreveu.

Ao fundo dessa demanda, está um dos pontos mais problemáticos da agenda de negociação em Glasgow: o financiamento climático. O Wall Street Journal destacou a frustração crescente das nações em desenvolvimento com a falta de recursos internacionais para viabilizar seus planos climáticos. Se as grandes potências já estão com dificuldades para cumprir a meta de US$ 100 bilhões anuais, uma soma insuficiente para atender às necessidades de mitigação e adaptação dos países mais pobres, imagine fornecer US$ 750 bilhões por ano, cifra especulada por alguns governos como o montante necessário para permitir essas ações no mundo em desenvolvimento.

 

ClimaInfo, 19 de outubro de 2021.

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