“Questão de sobrevivência”: países vulneráveis pressionam por ações para manter viva a meta de 1,5°C de aquecimento global máximo

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O Fórum de Países Vulneráveis à Mudança do Clima (CVF), grupo que reúne 48 das nações mais expostas a riscos decorrentes da crise climática, apresentou em Bangladesh nesta 3ª feira (19/10) suas demandas para os negociadores na COP26. O principal objetivo do grupo é garantir compromissos e ações das principais economias do mundo para manter viva a possibilidade de limitar o aquecimento da Terra neste século em 1,5°C com relação aos níveis pré-industriais. Para eles, esse limite é uma questão de sobrevivência: um aquecimento superior a essa marca pode representar literalmente o desaparecimento de muitos países, especialmente as pequenas nações insulares em desenvolvimento.

O grupo também cobrou um “pacto de emergência climática” em Glasgow, com medidas e recursos para viabilizar a implementação dos compromissos das nações mais vulneráveis sob o Acordo de Paris. Tal pacto incluiria um roadmap para que o financiamento climático atinja US$ 100 bilhões anuais no período 2020-2024, com divisão equilibrada (50%/50%) para projetos de mitigação e de adaptação climática, além do monitoramento desses fluxos de financiamento pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

“Pedimos aos países, especialmente os principais emissores [de gases com efeito estufa], que venham à COP com ambição adicional. Essa é a única maneira para manter viva a esperança de contermos o aquecimento em 1,5°C”, defendeu Fekadu Beyene, comissário da Etiópia para meio ambiente, florestas e clima, e um dos diretores do CVF. A Associated Press deu mais detalhes.

Em tempo: O Climate Home destacou o cabo de guerra entre algumas nações emergentes e o governo do Reino Unido em torno das metas de neutralidade em carbono para 2050. Organizados em torno do chamado Like-Minded Group, países como China, Índia, Egito, Indonésia, Paquistão, Arábia Saudita e Vietnã acusaram as nações desenvolvidas de subverter o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, a qual implica países industrializados assumirem a maior parte da responsabilidade para conter a crise climática. Para eles, a proposta de neutralidade global do carbono até meados deste século é “antiequidade e contrária à justiça climática”.

Em seu lugar, o grupo propõe que os países ricos avancem com a descarbonização de suas economias ainda nesta década, para permitir que os países em desenvolvimento tenham mais tempo para crescer e, depois, se descarbonizar.

 

ClimaInfo, 21 de outubro de 2021.

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