Os riscos financeiros da mudança climática permanecem ocultos

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A transição para uma economia de baixo carbono implica numa nova avaliação dos ativos de corporações e países, algo que está demorando para acontecer. Conter o aquecimento global dentro dos limites de Paris significa que poços de petróleo e gás e minas de carvão já deveriam valer menos. Segundo um editorial da Bloomberg, o que se vê, no entanto, são ações ainda tímidas. Há estudos apontando os riscos para a estabilidade do mundo financeiro, inclusive uma estimativa de que US$ 22 trilhões em empréstimos e investimentos potencialmente afetados pela mudança do clima e pela luta contra o aquecimento global. A matéria termina dizendo que muitos países produtores de fósseis não têm como arcar com encalhamento de seus ativos e precisarão de ajuda dos países ricos para manter seus fósseis enterrados.

Um sinal interessante foi relatado pelo Wall Street Journal. O conselho diretor da Exxon está discutindo se devem seguir mantendo os investimentos em grandes projetos de prospecção e exploração de fósseis. Alguns membros entendem que a crise de preços atual é transitória e que a tendência global é se afastar dos fósseis.

Por outro lado, o diretor executivo de um dos maiores bancos de investimentos, o Goldman Sachs, diz que o banco seguirá operando com o mundo fóssil e que a transição é necessária, mas não pode ser abrupta. Segundo a Bloomberg, ele cita a atual crise como exemplo de que acelerar a transição pode gerar inflação. Como tantos outros, ele não levou em conta que furacões, secas e inundações também causam inflação, só que, talvez, mais afastada de Wall Street.

 

ClimaInfo, 22 de outubro de 2021.

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