Rumo à COP26: Glasgow em busca do “espírito de Paris”

rumo à COP26

A menos de uma semana da abertura da COP26 em Glasgow, líderes internacionais e negociadores se desdobram para conseguir consensos básicos nos temas do financiamento, do mercado de carbono e da ambição climática. O problema é que, com o relógio correndo contra, os desentendimentos e as incertezas se acumulam.

O presidente da COP26, Alok Sharma, reconheceu que o contexto das negociações em Glasgow está distante daquele experimentado em Paris há seis anos, quando os países finalmente conseguiram chegar a um acordo internacional para redução de emissões de carbono. “O que estamos tentando fazer aqui em Glasgow é realmente muito complicado, definitivamente mais difícil que Paris em muitos níveis”, apontou Sharma ao Guardian. “[Mas] o que temos a nosso favor é que há um entendimento de que precisamos lidar com esta [crise climática]”.

De acordo com Fiona Harvey no Guardian, os países desenvolvidos tentam articular uma resposta de última hora para a demanda de financiamento climático das nações em desenvolvimento. Os anfitriões britânicos, junto com Alemanha e Canadá, pretendem elaborar um roadmap para viabilizar a meta de US$ 100 bilhões anuais para o período 2020-2025, sendo que uma parte maior desses recursos seria destinada à ações de adaptação, outra demanda dos países pobres. A Bloomberg também deu destaque à articulação.

Ainda na seara da diplomacia climática, Todd Gillespie e Akshat Rathi elencaram na Bloomberg uma lista de países que podem ameaçar as negociações em Glasgow. A relação tem vilões veteranos de COPs passadas, como Rússia e Arábia Saudita, além de “malvados” novatos, como (infelizmente) o Brasil.

Já na parte logística, a aproximação da abertura da COP está deixando participantes e organizadores com a ansiedade à flor da pele. A despeito dos quase dois anos de preparação para a Conferência, o clima em Glasgow é de correria e improvisação. Para os moradores da cidade, a chegada de milhares de estrangeiros é vista de maneira ambígua: por um lado, será uma injeção bem-vinda de dinheiro na economia local; por outro, a chegada da COP já está causando problemas no cotidiano das pessoas, como bloqueios e a ameaça de greves no transporte público e na coleta de lixo. Sobre esse tema, vale a pena ler a reportagem de Libby Brooks no Guardian.

Outra preocupação é a situação da pandemia no Reino Unido. Na última semana, mais de 333 mil britânicos foram diagnosticados com COVID-19, um aumento de 15% na comparação com a semana anterior e o número semanal mais alto desde 21 de julho. O site POLITICO fez uma análise da situação.

 

ClimaInfo, 25 de outubro de 2021.

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