Se a Mata Atlântica fosse um país, ela seria o 18º maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, responsável por cerca de 450 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (MtCO2e) em 2018, à frente de grandes economias como a do Reino Unido. O balanço foi feito por um estudo da Fundação SOS Mata Atlântica, Imaflora e SEEG, divulgado nesta semana durante a COP26 em Glasgow. O estudo fez um perfil das emissões históricas do bioma e apontou caminhos para sua redução nas próximas décadas, de maneira a torná-lo carbono neutro em 20 anos.
“As ações necessárias para atingirmos esse cenário combinam políticas de comando e controle e de incentivos conhecidas, mas que precisam ser plenamente implementadas ou aprimoradas, como o Código Florestal, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg) e o Plano Safra, que, por sua vez, devem ser complementadas com vontade política internacional, nacional e subnacional, além de investimentos do setor privado”, explicou Luís Fernando Guedes Pinto, diretor de Conhecimento da SOS Mata Atlântica. “Não há barreiras tecnológicas para a sua implantação e já tivemos avanços nesse sentido nos últimos anos”.
O estudo cita medidas potenciais para reduzir as emissões na Mata Atlântica, especialmente do setor de uso da terra, a maior fonte de emissões do bioma. Entre elas, estão o fim do desmatamento até 2030, a restauração de 15 milhões de hectares de florestas degradadas e a adoção de práticas de baixo carbono na produção agropecuária.
O Globo e Valor repercutiram o estudo.
ClimaInfo, 5 de novembro de 2021.
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