Um levantamento encabeçado pela ONG Global Witness com base na lista provisória de participantes da COP26 mostrou o tamanho da presença da indústria fóssil nas negociações climáticas internacionais. De acordo com a análise, pelo menos 503 lobistas do setor de combustíveis fósseis receberam credencial para participar da Conferência de Glasgow. Se fossem uma delegação nacional, os representantes da indústria de petróleo, gás e carvão seriam o maior grupo dentro da COP, superior às quase 480 pessoas registradas pelo Brasil para participar das conversas na Escócia.
A presença massiva da indústria fóssil na COP26 contrasta com as restrições para participação de representantes da sociedade civil de países pobres, prejudicados pelas restrições sanitárias e pelos altos custos de viagem e hospedagem no Reino Unido. Não à toa, muitos estão considerando a Conferência de Glasgow a menos inclusiva da história recente das COPs.
“A indústria de combustíveis fósseis tem um conflito de interesses fundamental, já que seu modelo de negócios ainda depende da venda de produtos poluentes”, destacou a Global Witness. “Os lobistas dos combustíveis fósseis simplesmente não deveriam ter lugar nas negociações climáticas. Assim como os lobistas do tabaco foram excluídos das negociações de saúde pública, precisamos expulsar esses poluidores da política climática”.
CNN Brasil e BBC Brasil repercutiram essa informação.
ClimaInfo, 9 de novembro de 2021.
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