Britânicos deixarão de comprar soja de áreas desmatadas

Tesco soja desmatamento

Um grupo de indústrias e varejistas do Reino Unido apresentou nesta 3a feira (9/11) um novo compromisso para deixar de comprar soja oriunda de áreas desmatadas após janeiro de 2020. O Manifesto da Soja no Reino Unido, como foi chamado o compromisso, contou com a assinatura de gigantes como Tesco, Nestlé, Sainsbury’s, KFC e McDonald’s, entre outros. Ao todo, essas empresas representam 60% da soja comprada anualmente pelo mercado britânico. O objetivo é que essa discriminação esteja totalmente implementada nas cadeias de fornecimento até 2025. Canal Rural, Money Times e Valor deram mais detalhes.

Enquanto isso, o secretário de inovação e desenvolvimento sustentável do ministério da agricultura, Fernando Camargo, confirmou que o próximo Plano Safra “será absolutamente verde” – a despeito, como Mariana Grilli lembrou no Globo Rural, do fato de que apenas 2% do volume de crédito destinado atualmente para o agronegócio tenham critérios de sustentabilidade. “Vai ter muito recurso para boas práticas agropecuárias e vamos nos organizar para fazer com que esse recurso não falte lá na ponta”, prometeu. Resta saber se a promessa, tal como muitas feitas pelo Brasil nesta COP, resistirá ao voo de volta ao país.

Ainda sobre meio ambiente e comércio, Humberto Saccomandi destacou no Valor a sinalização positiva, ainda que cautelosa, do chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, aos compromissos ambientais apresentados pelo Brasil em Glasgow. Para Borrell, as novas iniciativas ajudam no esforço para avançar com o processo de aprovação do acordo comercial do bloco europeu com o Mercosul, travado por conta de desconfianças de membros importantes da UE com a política ambiental de Bolsonaro no Brasil. Ainda assim, Borrell ressaltou que a aprovação do acordo pode demorar bastante tempo – eventualmente, anos – para aplacar a irritação dos parceiros europeus.

 

ClimaInfo, 10 de novembro de 2021.

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