Copo meio cheio ou meio vazio: o que esperar do final da COP26

COP26 o que esperar

Ainda cercadas por incertezas, a COP26 caminha para suas últimas horas com muita coisa para ser resolvida pelos negociadores. A expectativa é grande, com observadores, ativistas e especialistas na ponta dos dedos à espera do resultado final. Mas o que podemos efetivamente esperar desta COP?

A Bloomberg sintetizou os principais pontos de interrogação das conversas em Glasgow. De maneira ainda mais sucinta, os países precisam chegar a algum entendimento em temas como ambição (Novas NDCs? Quando? De quem? De quanto?), financiamento (Cadê os US$ 100 bi anuais? E o resto da conta, como vamos pagar? Quem vai pagar?), mercado de carbono (O que fazer com os créditos de Quioto? Como garantir a integridade ambiental e a transparência do sistema de Paris?), e combustíveis fósseis (Quando vamos dar fim a eles? De que maneira? E em qual ritmo?).

Para os cientistas, as mudanças de discurso observadas nesta COP foram bem-vindas e sugerem um consenso político maior e mais firme em torno da gravidade da crise climática. No entanto, o fato de termos tantos pontos abertos na agenda de Glasgow, mesmo depois de quase duas semanas de negociação in loco, levanta preocupação. Será que ainda há tempo? Jonathan Watts trouxe, no Guardian, a impressão de alguns dos principais cientistas climáticos do mundo sobre a Conferência de Glasgow e o que esperar para depois dela. Em suma, o sentimento é misto: ainda tem muito, mas muito mesmo para ser feito; ainda assim, avançamos um punhado nesta COP.

Mas o copo meio vazio ainda é uma perspectiva forte para se analisar os potenciais resultados de Glasgow – ao menos, se tomarmos como referência o esboço da decisão final da COP. “Assumindo que esse é o documento final e não haverá nenhuma mudança revolucionária até a 6ª feira, não dá para abrir uma garrafa de vinho e comemorar”, comentou o climatologista Carlos Nobre ao Estadão. “Nós, da comunidade científica, que há décadas alertamos para o problema, continuamos muito preocupados”.

 

ClimaInfo, 12 de novembro de 2021.

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