A líder indígena Alessandra Korap Munduruku teve sua casa invadida em Santarém, no oeste do Pará, na última 6ª feira (12/11). A invasão aconteceu após sua participação na COP26, quando criticou o governo brasileiro por seus ataques contra o meio ambiente e os direitos dos Povos Indígenas.
No dia anterior, homens que se apresentaram como funcionários da concessionária de eletricidade interromperam o fornecimento de energia na residência sob a justificativa de “reparos técnicos”. No entanto, Alessandra descobriu depois que a casa dela foi a única em que isso aconteceu, o que a alertou para a possibilidade de ataques. Por causa disso, ela e sua família deixaram a residência, que depois foi invadida durante a noite.
De acordo com ela, os criminosos levaram documentos, além de cartões com o registro das câmeras de segurança e uma quantia em dinheiro. A Polícia Federal registrou a denúncia e encaminhou uma equipe de peritos para analisar o caso. A invasão foi noticiada pela Amazônia Real, com destaques em veículos nacionais como g1 e O Globo.
Em tempo: “Não existe a possibilidade de debater a crise climática sem falar do racismo ambiental”, comentou ao jornal O Tempo Douglas Belchior, historiador e membro da Coalizão Negras por Direitos, que participou da COP26. Douglas destacou a atuação do movimento negro na Conferência de Glasgow e a importância de se colocar a perspectiva do negro na discussão internacional sobre o clima, bem como a relevância da justiça climática nos esforços para resolver essa crise.
“No debate climático, esse sempre foi um lugar ocupado, majoritariamente, pelos brancos, o que acreditamos ser um erro. Sabemos quem é mais impactado pela emergência climática: são as populações vulnerabilizadas pelas políticas sociais e econômicas que provocaram desigualdade ao longo da história”.
ClimaInfo, 16 de novembro de 2021.
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