“Net zero” empresarial na berlinda 

net zero empresarial

Artigo do Financial Times traduzido pelo Valor analisa as consequências da maciça presença empresarial na COP26. “A multidão corporativa na COP26 transmitiu a mensagem de que as empresas agora lideram em ações climáticas”, destaca o texto. Por outro lado, cada vez mais ativistas ambientais, autoridades reguladoras e organizações multilaterais denunciam que as ações voluntárias das empresas até agora não chegam perto do necessário para colocar o mundo no caminho de 1,5°C.  Ainda há muitos planos de cortes nas emissões das empresas que não as obrigam a mudar seus comportamentos tão cedo nem responsabilizam executivos de alto escalão por não realizá-los. Para piorar, há empresas engajadas em lobbies contrários ao clima. Por isso, há o temor de que o foco na ação corporativa voluntária possa enfraquecer o impulso das intervenções políticas governamentais.

A preocupação faz sentido: pesquisa global realizada pela Grant Thornton e noticiada aqui pelo site Neomondo apontou que, embora desde o início da pandemia a sustentabilidade no Brasil tenha se tornado muito mais importante para 61% dos empresários entrevistados, somente 34% dos entrevistados brasileiros atribuíram esse crescimento às preocupações com as mudanças climáticas.

Uma possível solução é se ter mais mulheres em cargos de liderança nas empresas. Pesquisa publicada pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS) mostrou que empresas com mais mulheres em cargos de gestão de nível médio emitem menos carbono do que companhias dominadas por homens. Foram analisadas 2 mil empresas de capital aberto em 24 economias avançadas de 2009 a 2019. O resultado mostra que um aumento de 1 ponto percentual na proporção de mulheres gerentes esteve associado a uma redução de 0,5% nas emissões de carbono. A notícia é do Valor.

 

ClimaInfo, 17 de novembro de 2021.

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