Cautelosos, organizações climáticas defendem estratégia de Biden para conter alta do petróleo

Biden alta preço petróleo

A iniciativa de liberar parte das reservas estratégicas de petróleo dos EUA no mercado internacional feita por Biden, que tem como objetivo conter a alta dos combustíveis, encontrou apoio entre grupos improváveis – defensores da ação contra a mudança do clima.

O cálculo por trás do posicionamento é estratégico: a escalada dos preços do petróleo no mercado internacional pode facilitar novos – e indesejáveis em termos climáticos – investimentos em projetos de exploração de petróleo, carvão e gás natural, que significarão décadas de novas emissões de gases de efeito estufa, dificultando ainda mais o cumprimento dos objetivos climáticos internacionais.

“Não vejo conflito entre ter políticas de longo prazo sobre mudanças climáticas e ter uma política de curto prazo para proteger o bem-estar econômico dos americanos necessitados”, observou Amy Myers Jaffe, diretora-gerente do Climate Policy Lab da Tufts University à Bloomberg.

O Guardian também trouxe a reação favorável, ainda que cautelosa, de organizações ambientalistas dos EUA à proposta de Biden. Por exemplo, Kelly Sheehan, diretora-sênior de campanhas de energia da ONG Sierra Club, elogiou o anúncio da Casa Branca, mas advertiu que a única maneira dos EUA alcançarem a segurança energética total é “fazendo uma transição rápida dos combustíveis fósseis perigosos como petróleo e gás, tornando mais fácil para mais pessoas o acesso à energia limpa”.

No entanto, a liberação das reservas estratégicas de petróleo de países como EUA, China, Índia e Reino Unido não se reverteu em redução direta nos preços internacionais do combustível. O barril de petróleo fechou a semana passada em queda de mais de 10%, mas puxada principalmente por temores sobre a nova variante da COVID-19 e seus reflexos potenciais na economia internacional nos próximos meses. O barril Brent, referência internacional, fechou a semana a US$ 72,72, uma queda de 12% na comparação com o fechamento da semana anterior. A notícia é do Financial Times.

 

ClimaInfo, 29 de novembro de 2021.

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