Garimpeiros prometem voltar ao rio Madeira depois de ação da PF

garimpo rio Madeira

A ação da Polícia Federal que desmobilizou a concentração de barcas de garimpeiros no rio Madeira, na altura do município de Autazes (AM), não deve encerrar a crise. Essa é a promessa dos garimpeiros expulsos, que se espalharam ao longo das margens do rio depois da chegada dos policiais, acompanhados da Marinha.

De acordo com O Globo, um pequeno grupo tentou reagir contra as forças de segurança, mas a maior parte fugiu antes mesmo da chegada da polícia para evitar prejuízos. “Eles [polícia] podem fazer isso, mas o garimpo não vai acabar. Tem muito ouro aqui”, disse um garimpeiro à reportagem.

Segundo a PF, a ação contra o garimpo no Madeira resultou na apreensão ou destruição de 131 balsas, pouco mais de ⅓ do número mínimo estimado de embarcações que se concentrou no rio nas últimas semanas. Três pessoas também foram presas. Não há informações sobre apreensão de ouro ou sobre o planejamento das forças de segurança para evitar o retorno dos garimpeiros ilegais à região. Deutsche Welle, Estadão, g1, Metrópoles e TV Globo repercutiram a operação anti garimpo no Madeira.

Parte dos garimpeiros expulsos pela PF foi reclamar com o prefeito de Humaitá (AM), Dedei Lobo, pedindo que o governo municipal interceda junto às autoridades estaduais e federais em defesa do grupo. O g1 informou que Lobo prometeu pagar aos que moram no município todo o material que foi queimado pela PF e pelo IBAMA no Madeira, além de oferecer ajuda financeira às famílias dos garimpeiros. Questionado pela reportagem, o prefeito voltou atrás sobre a possibilidade de pagar pelo maquinário destruído.

A destruição das balsas pelo governo federal vai contra o discurso histórico do presidente Jair Bolsonaro, defensor dos garimpeiros e crítico da prática de inutilização do maquinário pelos órgãos de fiscalização ambiental. No entanto, o parceiro de Bolsonaro no Palácio do Planalto, o general-vice Hamilton Mourão, ressaltou nesta 2ª feira (29/11) que a ação da PF foi justa. “Tinha de ter feito da maneira como foi. O que está ilegal tem de ter o equipamento apreendido e destruído”, defendeu. A Folha destacou a fala de Mourão.

 

ClimaInfo, 30 de novembro de 2021.

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