Representantes de cinco ministérios se reuniram no final de agosto com o general-vice Hamilton Mourão no Conselho da Amazônia para “celebrar” a queda projetada no desmatamento, de acordo com Vinicius Sassine na Folha. O problema é que a comemoração foi cedo demais. O INPE confirmou que o desmatamento aumentou quase 22% no último ciclo anual, de agosto de 2020 a julho de 2021, superando a marca dos 13 mil km2 – o maior desmate em 15 anos.
No encontro mencionado acima, os membros do governo sustentaram que ações como a destinação de Terras Públicas a uso por posseiros, a formalização do garimpo em Comunidades Indígenas e a intervenção militar na Amazônia foram responsáveis pela “redução” no desmatamento nos últimos meses. Confrontados com a realidade, os representantes ministeriais não quiseram explicar o que estava errado em suas análises.
Por falar em desmatamento, a polêmica em torno da liberação tardia dos dados do PRODES segue quente. Uma consulta feita pelo portal ((o)) eco via Lei de Acesso à Informação mostrou que o ministério da ciência e tecnologia, sob o qual o INPE funciona, recebeu os dados sobre o aumento do desmatamento no dia 1º de novembro, mais de duas semanas antes de sua divulgação oficial, no último dia 18. O ministro Joaquim Leite, do meio ambiente, insiste em dizer que não sabia desses dados à época da Conferência do Clima de Glasgow (COP26). Já o ex-astronauta Marcos Pontes, responsável pelo MCTI, justificou o atraso por estar “de férias” nas primeiras semanas de novembro, o que teria travado a divulgação desses dados.
ClimaInfo, 30 de novembro de 2021.
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