A governança fundiária frágil do Brasil tem sido terreno fértil para a expansão da grilagem (roubo de Terras Públicas), um dos fatores por trás do desmatamento ilegal da Amazônia. Essa é a conclusão de um novo estudo divulgado nesta 5ª feira (2/12) pela Transparência Internacional que buscou diagnosticar de que maneira a falta de fiscalização e a corrupção de agentes públicos favorecem a invasão de áreas públicas verdes no país.
Esse problema é antigo, mas tem sido impulsionado nos últimos anos por conta da leniência do governo Bolsonaro com crimes ambientais e do discurso pró-grilagem do atual presidente.
“A grilagem de terras gera impactos sociais, ambientais e econômicos dramáticos. Nas regiões afetadas por esse problema, Povos Indígenas, Comunidades Tradicionais, assim como pequenos e grandes produtores, sofrem com as invasões de terras”, afirmou a Transparência Internacional na publicação.
O documento analisou a questão da corrupção a partir de dois aspectos do esquema de grilagem. Por um lado, a realização de fraudes documentais em registros, cadastros e processos de titulação para obtenção de título de propriedade com aparência de legalidade. Por outro, a dimensão físico-econômica do problema, com a invasão física da terra para a promoção ilícita de atividades como criação de gado, exploração de madeira, garimpo, etc. De acordo com a análise, as fragilidades dos órgãos de fiscalização e a corrupção de agentes públicos estão criando verdadeiras quadrilhas criminosas, com vastos recursos financeiros e conexões com diferentes setores econômicos e políticos dentro e fora da floresta.
O Poder360 destacou os principais pontos do relatório da Transparência Internacional.
ClimaInfo, 3 de dezembro de 2021.
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