Polícia Federal indicia empresa grega por megavazamento de óleo no Nordeste em 2019

petróleo no Nordeste

Depois de dois anos, a Polícia Federal finalmente concluiu o inquérito acerca do derramamento que contaminou o litoral brasileiro com milhares de toneladas de óleo bruto, naquele que foi considerado o pior desastre ambiental da história do país. Segundo a investigação, o navio Bouboulina, de propriedade da empresa grega Delta Tankers, foi o responsável pelo episódio.

A embarcação estaria levando petróleo da Venezuela para a Malásia; no entanto, a investigação não conseguiu explicar como o derramamento teria acontecido nem identificou a quantidade de óleo efetivamente vazado para o mar. Com base no inquérito, a PF pediu o indiciamento da Delta Tankers e de dois funcionários da empresa – o capitão do navio, Konstaninos Panagiotakopoulos, e seu chefe de máquinas, Paulo Slyvka.

A PF também estimou que foram gastos pelo menos R$ 188 milhões nos esforços de limpeza de praias e do mar pelo governo federal. Esse valor não inclui os prejuízos econômicos e ambientais causados pelo derramamento. O óleo atingiu mais de 3 mil km do litoral brasileiro em 11 estados, concentrando-se principalmente no Nordeste. Foram recolhidas cerca de 5 mil toneladas de resíduos de óleo em 1.009 localidades, incluindo 55 áreas de proteção marinha.

CNN Brasil, Estadão, Folha, g1 e UOL repercutiram a notícia.

Em tempo: Uma das regiões mais vulneráveis do Brasil à crise climática é o Nordeste. A intensificação da seca no Semiárido, junto com a destruição da Caatinga, está fazendo com que as poucas chuvas que caíam na região se tornassem ainda mais raras. Como resultado, a desertificação está avançando a um ritmo preocupante. O jornal NY Times destacou o cenário no sertão nordestino, ressaltando o impacto da desregulamentação ambiental sob o governo Bolsonaro no processo.

 

ClimaInfo, 6 de dezembro de 2021.

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