Shell desiste de polêmico projeto de exploração de petróleo no Mar do Norte

shell petróleo mar do norte

Depois de muita pressão de ambientalistas e ativistas climáticos, a Shell anunciou na semana passada que não participará de um empreendimento de exploração de petróleo offshore no campo de Cambo, localizado nas ilhas Shetland, no Mar do Norte britânico. O projeto, que contou com sinal verde do governo do Reino Unido pouco antes da realização da Conferência da ONU sobre o Clima de Glasgow (COP26), pode se tornar inviável sem a participação da petroleira holandesa.

De acordo com a Shell, a decisão de deixar o projeto se deve a “razões econômicas”, especialmente a incerteza sobre o retorno financeiro do investimento e o risco de atrasos em sua implementação. A decisão da Shell coloca em xeque não apenas a exploração de energia fóssil em Cambo, mas também a perspectiva de novos projetos desse tipo no Mar do Norte. Mesmo com as promessas de ação climática, o Reino Unido vem defendendo a implementação de novos projetos de extração de petróleo offshore, o que garantiria mais produção de combustível fóssil ao longo das próximas décadas.

“Este é um ponto de virada”, disse uma fonte da indústria fóssil ao Guardian. “As empresas estão pensando: se a Shell não pode fazer isso, a gente pode? Simplesmente, não vejo mais nenhum projeto verdadeiramente em grande escala sendo sancionado no Mar do Norte. Ainda haverá pequenos desenvolvimentos em torno dos campos existentes. Mas esta é uma sentença de morte para novos projetos no Reino Unido”.

Pelo lado da Shell, o Financial Times destacou como o vai-e-vem da petroleira no projeto de Cambo explicita as dificuldades que a empresa e suas concorrentes do setor fóssil enfrentam na implementação de estratégias de descarbonização.

BBC, Bloomberg, CNN, Financial Times, Guardian, NY Times e Reuters repercutiram a notícia.

Em tempo: O barril de petróleo completou na semana passada o período mais longo de quedas sucessivas em seus preços internacionais desde 2018. Pela 6ª semana consecutiva, o nível dos preços do petróleo caiu, puxado principalmente pela incerteza global com a variante Ômicron do novo coronavírus e por movimentos do próprio mercado de petróleo, principalmente a entrada da reserva estratégica dos EUA e o aumento da produção pelos países da OPEP. A Bloomberg deu mais informações.

 

ClimaInfo, 6 de dezembro de 2021.

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