O impacto climático nas rotas do milho nacional

milho estiagem

Uma matéria do Valor comenta uma pesquisa recente mostrando que o fluxo de comercialização do milho no país mudou nos últimos anos. Por uma sucessão de colheitas fracas em alguns estados produtores importantes, o mercado interno está absorvendo parte do que antes era exportado. Criadores de São Paulo, Paraná e Santa Catarina estão sendo abastecidos pelos Mato Grossos, antes grandes exportadores. Uma safra fraca no Maranhão fez a produção da Bahia ir para Pernambuco, ao invés de ir para o Triângulo Mineiro. Tais mudanças deveriam fazer parte de um programa de adaptação, se houvesse um realmente debruçado sobre os impactos da mudança climática.

Por falar em milho, o La Niña que voltou neste ano já está afetando a cultura no Rio Grande do Sul. Choveu em setembro e, de lá para cá, houve precipitação pouca e dispersa, e a previsão é que continuará assim. A colheita de milho corre o risco de ser afetada. Celso Oliveira, da Climatempo, conversou com o Valor e disse que “o que preocupa é que o milho vai entrar em florada, período em que ele mais necessita de água, e não enxergamos um cenário com chuvas regulares nos próximos 15 dias.” A lavoura da soja no estado não foi afetada.

Em tempo: O país vem se desindustrializando neste século por obra e graça da sobrecapacidade da indústria chinesa na indústria de base e outros setores e pelas gestões capengas da economia nacional. Ontem, a CNI entregou ao presidente 44 propostas para recuperar o setor e gerar empregos. Dentre elas, segundo contam o Valor e a CNN, a implantação de um mercado regulado de carbono. Ricardo Salles foi contra e, até durante a COP, Joaquim Leite também. Talvez, agora, o governo pare de atrapalhar. O presidente da CNI, Robson Andrade, cita os exemplos de China e Coreia do Sul ao dizer que o país “não pode abrir mão do papel do governo como indutor do investimento privado”.

 

ClimaInfo, 8 de dezembro de 2021.

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