Os deputados federais e senadores dos estados da Amazônia Legal parecem ter preocupação quase zero com a questão ambiental, a despeito de representarem a região que abriga a maior floresta tropical do planeta. Um levantamento divulgado no InfoAmazonia mostrou que, entre emendas individuais e coletivas, os parlamentares amazônicos aprovaram R$ 4,8 bilhões para o orçamento de 2021. Deste total, míseros R$ 1,8 milhão tinham como destino o ministério do meio ambiente e suas autarquias, o que representa 0,03% do total das emendas aprovadas pela bancada. Pior: se considerarmos a execução dessas emendas, nenhum tostão foi efetivamente gasto pela pasta. Zero.
Em compensação, o agronegócio teve tratamento de príncipe dos parlamentares amazônicos no Orçamento de 2021: 57 emendas aprovadas pelo grupo beneficiaram diretamente o setor, com recursos que somaram R$ 155 milhões (3,2% do total).
Já obras de infraestrutura, como construção e pavimentação de estradas, receberam R$ 247 milhões em emendas, valor 137 vezes superior ao destinado pela bancada amazônica para o meio ambiente.
“Não chega a estranhar, mas é de fato lastimável esta disparidade entre emendas para o meio ambiente e emendas que beneficiam a base ruralista”, observou Alessandra Cardoso, do Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC). “Além de mostrar o sobrepeso da representação dos interesses deste setor no Congresso Nacional, mostra o quanto os parlamentares em geral não priorizam o meio ambiente como pautas relevantes para seus mandatos”.
ClimaInfo, 13 de dezembro de 2021.
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