Na ONU, Rússia veta resolução que colocava crise climática como grande ameaça à segurança internacional

Rússia

Aquela que seria a primeira resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre a crise climática acabou sendo engavetada nesta 2ª feira (13/12) depois que a Rússia vetou o texto. Encabeçada por Irlanda e Níger, a proposta de resolução pedia aos países a “incorporação de informações sobre as implicações da mudança do clima na segurança” para que o Conselho pudesse “prestar a devida atenção a quaisquer causas profundas de conflito ou multiplicadores de risco” associados à questão climática. A proposta de resolução também requisitava ao secretário-geral da ONU, António Guterres, que colocasse os riscos de segurança relacionados ao clima como “componente central” das estratégias da ONU de prevenção de conflitos.

O texto foi aprovado por 12 dos 15 membros do Conselho de Segurança, mas acabou sendo barrado pela Rússia, membro permanente e que tem poder de veto. A Índia, que é membro temporário do Conselho, também votou contra a proposta. Já a China, que é membro permanente com poder de veto, se absteve.

De acordo com a Associated Press, a justificativa dos representantes russos e indianos foi que a discussão sobre clima no âmbito da ONU deveria ser concentrada na Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Outra desculpa foi que a inclusão da questão climática nas discussões de segurança aprofundaria as divisões entre países ricos e pobres observadas na última Conferência da ONU sobre o Clima (COP26), realizada no mês passado em Glasgow.

Em tempo: Recém-empossado como primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz anunciou uma injeção de 60 bilhões de euros no orçamento do país para ação climática. O valor, correspondente a mais de R$ 382 bilhões, será direcionado para investimentos em infraestrutura para mobilidade elétrica, aquecimento residencial e digitalização da economia. O novo governo alemão tem apostado na questão climática como principal bandeira neste começo de gestão. O Globo repercutiu essa notícia. Associated Press e Reuters também destacaram o anúncio.

 

ClimaInfo, 14 de dezembro de 2021.

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