Eventos extremos tornam 2021 um dos piores anos para a indústria de seguros em meio século

15 de dezembro de 2021

Os eventos climáticos extremos ocorridos ao longo de 2021 totalizaram perdas anuais seguradas em US$ 105 bilhões em todo o mundo, o 4º maior índice desde 1970. O cálculo é da seguradora Swiss Re, que apontou o furacão Ida como o desastre natural mais caro deste ano, com prejuízo estimado em 30-32 bilhões de dólares.

“Em 2021, as perdas seguradas de desastres naturais novamente excederam a média dos dez anos anteriores, continuando a tendência de aumento anual de 5% a 6% nas perdas visto nas últimas décadas”, explicou Martin Bertogg, da Swiss Re. Ele destacou outra tendência preocupante para o setor de seguros: o fato de que eventos de perigo secundário, como enchentes severas, tempestades de inverno e incêndios florestais, estão resultando em perdas acumuladas de mais de US$ 10 bilhões anuais. “Apenas um desses eventos atingindo áreas densamente povoadas pode impactar fortemente as perdas anuais”.

O levantamento da Swiss Re classificou a tempestade de inverno Uri, que congelou o Texas no começo do ano, como o 2º pior evento climático em termos de prejuízo segurado, com perdas de até US$ 15 bilhões. As chuvas na Europa Ocidental em meados deste ano também figuraram entre os eventos mais custosos para a indústria de seguros, com perdas de US$ 13 bilhões. A Reuters repercutiu esses dados.

Por falar em perdas seguradas, a Reuters mostrou uma análise preliminar da consultoria Karen Clark & Company que estima um prejuízo de até US$ 3 bilhões com os tornados que atingiram o sudeste dos Estados Unidos no último final de semana. Já a agência de classificação Fitch especula que as perdas podem ser ainda maiores, com números em torno dos US$ 5 bilhões.

Em tempo: Um estudo publicado na Nature Communications nesta semana estimou que a economia global perde em média até US$ 311 bilhões anuais com os efeitos da mudança do clima sobre a produtividade de sua mão-de-obra. De acordo com pesquisadores da Duke University (EUA), responsáveis pela análise, essas perdas anuais podem ficar até cinco vezes maiores caso o planeta esquente 2°C em relação aos níveis pré-industriais até o final deste século. O Oriente Médio foi apontado pelo estudo como a área mais vulnerável às perdas associadas aos efeitos do aquecimento sobre os trabalhadores. A Reuters deu mais detalhes.

 

ClimaInfo, 15 de dezembro de 2021.

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