Crise climática: 2021 foi o 6º ano mais quente já registrado, diz NOAA

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O ano passado começou sob o efeito do La Niña, que tende a abaixar a temperatura média global, mas, mesmo assim, foi o sexto ano mais quente dos registros históricos. A universidade de Berkeley diz que estamos a 1,2oC acima da era pré-industrial. James Hansen, da universidade de Columbia, outra referência no campo, estima que estamos a 1,12oC acima da temperatura média do período entre 1880 e 1920 (após, portanto, à Revolução Industrial). Finalmente, a NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica dos EUA) estima que a temperatura média do ano passado está 0,84oC acima da média do século passado.

O Guardian deu a notícia e ressaltou os recordes de temperatura registrados na costa do Pacífico ao norte dos EUA e ao sul do Canadá, no norte da  África e no sul da Ásia. A matéria menciona a América do Sul, mas estes devem ter sido batidos com a onda infernal de calor que está passando pelo terço norte de Argentina, Uruguai e sul do Brasil.

Eric Roston, na Bloomberg, diz que os oito últimos anos foram os mais quentes dos registros.

A Reuters, AP, Washington Post e o Wall Street Journal também deram a notícia.

Em tempo: Saiu ontem, a edição 2022 do relatório da FAO sobre o Estado dos Recursos Terrestres e Aquáticos para Alimento e Agricultura, cujo subtítulo é o spoiler perfeito: “Sistemas a ponto de Ruptura” (Systems at breaking point). Estes sistemas estão perto do limite de poder suprir a demanda por alimentos. O atual sistema produtivo da agricultura não é sustentável pela quantidade de água que exige e pela degradação do solo que provoca. A mudança climática já está alterando a evapotranspiração em vários sistemas e, assim, alterando os regimes hídricos dos quais a produção de alimentos depende. A produção agrícola em escala industrial marginalizou uma imensa população de pequenos produtores que, hoje, vivem em regime de subsistência em áreas cada vez mais degradadas. O trabalho indica que será preciso um “pacote completo de soluções”, que só terão sucesso “quando houver um ambiente propício, forte vontade política, e governança inclusiva de terra e água.”

 

ClimaInfo, 14 de janeiro de 2022.

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