O Ministério Público Federal (MPF) abriu na 6ª feira (14/1) um procedimento para acompanhar as investigações do assassinato de uma família de ambientalistas em São Félix do Xingu, no sul do Pará. Segundo o MPF, o crime pode ter relação com o trabalho desenvolvido pelas vítimas – José Gomes, conhecido como “Zé do Lago”, de 61 anos, Márcia Nunes Lisboa, de 39, e a filha do casal, Joane Nunes Lisboa, de 17 – os quais voluntariamente trabalhavam na recuperação da população de tartarugas aquáticas no rio Xingu.
A famíla vivia dentro de área de jurisdição do Instituto de Terras do Pará (ITERPA) inserida na Área de Preservação Ambiental Triunfo do Xingu, de 1,5 milhão de hectares. A região tem sido alvo do interesse de garimpeiros que atuam na amazônia. Folha, g1, The Guardian e Vatican News dão detalhes.
A prefeitura de São Félix do Xingu emitiu uma nota lamentando as mortes e dizendo que a família era parceira na área ambiental. A polícia ainda não apresentou suspeitos, mas trabalha com a hipótese de que os autores do crime sejam pistoleiros.
Em tempo: A AP fez uma série de reportagens sobre como o garimpo ilegal de ouro está impactando a vida das comunidades indígenas e rebeirinhas. Em um dos textos, a série detalha como o ouro ilegal entra sem dificuldades na cadeia de valor internacional do metal. “Não há rastreabilidade real enquanto a indústria depender da autorregulação. As pessoas sabem de onde vem o ouro, mas não se preocupam em voltar muito longe na cadeia de abastecimento porque sabem que entrarão em contato com todos os tipos de atividade criminosa”, disse à AP, Mark Pieth, professor da Universidade de Basel, na Suíça, e autor do livro “Gold Laundering” de 2018. No sábado (15), O Globo destacou como legislações pró-garimpo estão avançando nos estados amazônicos.
ClimaInfo, 17 de janeiro de 2022.
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