Enquanto Joaquim Leite delira sobre os feitos do atual governo e se esquiva de sua responsabilidade sobre a Amazônia, a floresta sofre o pior desmatamento da última década. O dado é do sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que monitora a região por meio de imagens de satélites.
O consolidado de janeiro a dezembro do ano passado equivale à metade do estado do Sergipe: 10.362 km² de mata nativa devastados. A notícia saiu em Um Só Planeta, Jornal Hoje, Conexão Planeta e na coluna da Míriam Leitão n’O Globo, entre outros. No site do Imazon há mais detalhes.
As consequências deste desmatamento desenfreado já podem ser sentidas. Na Folha, Fabiano Maisonnave conta como a floresta da Reserva Extrativista Rio-Branco-Jauaperi, na divisa entre Roraima e Amazonas, pode virar savana. Ela vem sofrendo incêndios e enchentes de proporções inéditas, que podem ser atribuídas à crise climática (além da – infelizmente – tradicional negligência dos órgãos ambientais federais). Vale a pena ler a reportagem.
Entre os principais alvos de grilagem, queimadas e construção de estradas estão os lençóis freáticos rasos da Amazônia. Embora respondam por 50% do bioma, eles ainda são pouco estudados pela ciência e – pior – pouco protegidos por políticas públicas. As consequências de sua destruição passam a ser melhor entendidas com o artigo publicado ontem (17/1) pela revista New Phytologist e que contou com a participação de duas pesquisadoras da região. O Amazônia Real traz mais detalhes e entrevistas com as autoras.
Em tempo: Como se não bastasse o retrocesso ambiental promovido pelo governo federal, os governos estaduais da Amazônia resolveram contribuir: reportagem d’O Globo mostra como o apoio a garimpeiros pipoca pelos gabinetes governamentais e pelas Assembleias Legislativas – em alguns casos, materializando-se em projetos de lei.
ClimaInfo, 18 de janeiro de 2022.
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