Soluções baseadas na natureza são soluções climáticas reais e viáveis?

soluções baseadas na natureza

O frisson em torno das SBS – Soluções Baseadas na Natureza – aumentaram exponencialmente em função da COP do ano passado em Glasgow. No caso, quem contou o conto, aumentou bilhões de pontos e dólares. Muita gente fez uma conta rápida mostrando que plantar árvores para compensar a emissão de dezenas de bilhões de toneladas de carbono, exigiria bem mais de um planeta. Ontem, a Agência Ambiental Alemã publicou um trabalho colocando uma lupa nestas soluções e alinhavando recomendações de como aproveitá-las direito.

Os exageros, segundo o trabalho, se devem a um otimismo exagerado quanto à disponibilidade de terra e quanto à qualidade das informações disponíveis. A isso se soma a falta de estudos integrando os fluxos de carbono à resiliência de ecossistemas, aos impactos à biodiversidade e outras barreiras sociais, culturais e políticas.

Ao final, o trabalho reforça o papel importante das SBNs no enfrentamento da crise climática, mas sempre fazendo parte de um leque de ações de redução de emissões, especialmente as resultantes da queima de combustíveis fósseis.

Em tempo: Um grupo grande de cientistas lançou um manifesto contra o uso da geoengenharia para reduzir artificialmente as temperaturas do planeta. “A geoengenharia é altamente controversa. É arriscada e incerta. Não aborda a causa raiz da mudança climática, ou seja, as emissões e concentrações de gases de efeito estufa. Em vez disso, a geoengenharia solar se concentra no ‘tratamento dos sintomas’, procurando limitar o aquecimento global, mascarando apenas o efeito das emissões de gases de efeito estufa.”

Foi criado um website com mais informações e onde se pode aderir ao manifesto.

O professor Paulo Artaxo, da USP, destacou a importância e colocou os links na sua página no Facebook. A Wires também publicou um artigo sobre o manifesto.

 

ClimaInfo, 19 de janeiro de 2022.

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