Cientistas descobrem corais intocados em águas profundas no Taiti

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A descoberta de um “jardim de corais” intocado e preservado a uma profundidade de 30 metros está trazendo esperança para a comunidade científica internacional e para os profissionais que atuam com conservação dos oceanos. Com três quilômetros de extensão, os corais foram localizados por acaso por pesquisadores franceses em águas profundas do Pacífico Sul, na costa do Taiti, na Polinésia Francesa, como relatou à Associated Press Laetitia Hédouin, pesquisador do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica em Morea.

O recife possui flores enormes, que chegam a medir dois metros de diâmetro, de acordo com a Reuters. Geralmente, os recifes de coral são encontrados a menos de 25 metros de profundidade. Com a descoberta, os cientistas celebraram o quanto há por desvendar sobre corais em águas mais profundas, onde ainda existe luz suficiente para que possam se desenvolver e crescer, e onde seguem preservados dos impactos das mudanças climáticas, da poluição e da pesca predatória.

“O importante é levantar a questão de como os recifes de corais se tornam mais resilientes às mudanças climáticas”, afirmou o líder da missão pela Unesco, Julian Barbière. “Provavelmente existem muito mais desses ecossistemas sobre os quais não sabemos. Devemos trabalhar para mapeá-los e protegê-los”, afirmou à BBC.

Os recifes de coral, conhecidos berços da vida marinha, são um dos ecossistemas mais afetados dos oceanos devido às alterações provocadas pelo aquecimento global, pela poluição e pela pesca predatória. A famosa barreira de corais (Great Barrier Reef) da Austrália, por exemplo, está sendo severamente afetada pelo aquecimento das águas do mar, que provocam um fenômeno de embranquecimento (bleaching, em inglês) dos corais e colocam em risco o ecossistema inteiro. No caso australiano, 80% dos corais já estão passando pelo processo de branqueamento. A notícia repercutiu também no Washington Post.

Em tempo: O Guardian deu destaque, nesta quinta (20/1), ao trabalho de um grupo de voluntários que está plantando mudas e tentando salvar as “árvores de Josué” (Joshua Trees), uma espécie endêmica do Deserto de Mojave, no condado de San Bernardino, na Califórnia, Estados Unidos. A espécie, que junto com as sequóias define a paisagem do deserto no Oeste americano, foi severamente impactada pelos incêndios florestais que atingiram a reserva natural em 2020, quando 1,3 milhão de árvores foram queimadas. O trabalho é bem-vindo, já que estudo publicado pela Ecosphere indica que, se as emissões de carbono permanecerem nos níveis atuais, apenas 0,02% da árvore Joshua sobreviveria.

 

ClimaInfo, 21 de janeiro de 2022.

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