As chuvas das últimas semanas elevaram o volume dos reservatórios que abastecem a Região Metropolitana de São Paulo, mas a recuperação pode não ser suficiente para garantir o abastecimento nos meses de estiagem. O alerta foi dado pelo professor da USP Pedro Luiz Côrtes ao g1.
A situação mais preocupante é a do Sistema Cantareira, que abastece 6,9 milhões de pessoas. Na 6ª feira (21/1), o Cantareira operava com 30,2% de seu volume. No mesmo dia do ano passado, esse número era 42,1% – 45,2% em 2020.
“Hoje ‘celebramos’ o fato de o Cantareira estar com pouco mais de 30% de seu volume, mas estamos bem abaixo do que seria esperado para esta época do ano. Isso mostra a gravidade da situação hídrica, especialmente diante de um cenário que aponta para um volume de chuvas abaixo da média em todo o verão”, disse o Côrtes. A Sabesp negou em nota que haja risco de desabastecimento.
A CNN informou sobre como as últimas chuvas estão enchendo os reservatórios, mas também trouxe o preocupante cálculo da Confederação Nacional dos Municípios sobre os prejuízos com as chuvas extremas recentes: R$ 55,5 bilhões.
No sábado (22/1), 402 cidades mineiras ainda estavam em situação de emergência, mostrou o UOL. Outro prejuízo das precipitações extremas está na diminuição da segurança das barragens, destaca o Valor.
O agronegócio, setor mais obviamente afetado por quaisquer mudança do as em padrões de chuva, está amargando prejuízo pelas chuvas fortes no Sudeste e no Nordeste, e pela seca atípica no Sul do país.
O g1 reporta como esse custo será repassado aos alimentos, turbinando a inflação que já vem alta, pressionada pelo preço da energia.
O ciclo vicioso – de devastação ambiental, que agride o clima e intensifica eventos de tempo extremo, que impactam energia, produção de alimentos e segurança hídrica – tem nos trabalhadores mais pobres suas principais vítimas, como a reportagem da Folha ilustra.
Em tempo: Imagine se uma das formas de mitigar os problemas acima fosse plantar água? Ao Tilt do UOL, Aurélio Araújo explica de maneira didática este conceito fundamental para a segurança hídrica.
ClimaInfo, 24 de janeiro de 2022.
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