Agências humanitárias alertam para o impacto de tempestade tropical em Moçambique

ciclone Ana

A tempestade tropical Ana atingiu o sudeste da África entre 3ª e 5ª feira desta semana (25-27/01), deixando pelo menos 70 mortos – 41 em Madagascar, 18 em Moçambique e 11 no Malawi, reporta o Citizen, destacando as mudanças no regime de chuvas no sul do continente.

Segundo a UNICEF, 45 mil pessoas precisam de ajuda humanitária urgente nos três países – mais da metade deste contingente é de mulheres e crianças. A agência estima que somente a resposta imediata à crise custe 3,5 milhões de dólares. Al Jazeera destacou os desafios para socorro humanitário imediato. BBC, DW  e France 24 trazem fotos, vídeos e depoimentos impactantes dos locais atingidos.

O serviço de monitoramento meteorológico Copernicus, da União Europeia, divulgou imagens de satélite da devastação nos arredores da cidade malawiana de Chiromo.

Há menos de 3 anos, o ciclone Idai devastou a mesma região. Moçambique, um dos países mais vulneráveis do mundo às mudanças climáticas na classificação da ONU, enfrenta as consequências da tempestade até hoje – insegurança alimentar, proliferação de doenças, destruição de infraestruturas e grandes deslocamentos populacionais. “Esta nova tempestade que atingiu Moçambique é um lembrete contundente de que a crise climática é uma realidade, e as crianças são as mais afetadas por eventos climáticos severos relacionados ao clima”, afirmou ao Guardian Maria Luisa Fornara, representante da UNICEF em Moçambique.

Outro lembrete contundente está sendo dado pela crise climática na Grécia e na Turquia, países que enfrentaram incêndios de grandes proporções no verão e que agora vivem nevascas extremas. Uma avalanche deixou duas vítimas fatais na Turquia, e centenas de milhares de peixes morreram congelados no noroeste da Grécia. A dificuldade do governo grego em dar resposta à crise pode custar sua estabilidade política, informa a Reuters.

Em tempo: Se os desastres naturais não dão trégua, os produtores de petróleo parecem não querer ficar para trás na produção de desastres. O Peru proíbe a saída dos executivos da Repsol do país por causa dos impactos de um derramamento de petróleo em seu litoral após uma tsunâmi. Cidadãos limpam com as próprias mãos e estão até doando cabelos para ajudar a absorver os 8 kg de óleo vazados, informa a France 24. E a Tailândia tenta impedir que suas belas praias sejam atingidas por um grande derramamento de óleo em alto mar. A AP deu detalhes.

 

ClimaInfo, 28 de janeiro de 2022.

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