Exploração de petróleo no Golfo do México com dias contados

petróleo Golfo do México

Um juiz federal dos EUA anulou por completo um leilão de petróleo e gás no Golfo do México por avaliar que o governo Biden não avaliou adequadamente o impacto deste sobre a crise climática. A decisão lança dúvidas sobre o futuro do programa federal de perfuração offshore dos EUA.

Proferida na última quinta (27/1), a decisão foi tomada por um juiz do Distrito de Columbia nomeado pelo ex-presidente Barack Obama e veio após uma contestação do grupo ambientalista Earthjustice. Para a Reuters, esta decisão acaba sendo uma vitória para Biden, que tem defendido políticas climáticas desde a campanha presidencial.

A venda das concessões havia sido realizada em novembro, poucos dias após as negociações climáticas da ONU na Escócia. Ao todo, quase 700 mil hectares foram concedidos para empresas como Exxon, Chevron e BP, esta última tendo sido responsável pelo desastre da Deepwater Horizon em 2010. O governo norte-americano alegou que foi obrigado a manter a venda devido a uma contestação legal de uma dúzia de estados para suspender a pausa geral que Biden havia colocado em novos projetos de perfuração em terras e águas federais.

Um memorando anterior do Departamento de Justiça, no entanto, mostrou que o governo federal não acreditava que fosse obrigado a manter a venda. Até mesmo alguns dos aliados de Biden criticaram o leilão: três congressistas democratas chegaram a entrar com uma ação judicial em apoio aos grupos ambientalistas.

O juiz ordenou ao Departamento do Interior que conduza uma nova análise que desta vez leve em conta os gases de efeito estufa que seriam gerados se a perfuração prosseguisse.

A decisão foi notícia em Guardian, Bloomberg, Reuters, FT, Washington Post, WSJ e Quartz. O New York Times deu duas matérias (aqui e aqui), assim como a AP (aqui e aqui).

 

ClimaInfo, 31 de janeiro de 2022.

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