Sob pressão, Austrália promete US$ 700 milhões para proteger a Grande Barreira de Corais

Grande Barreira de Corais Austrália

Com a proximidade das eleições – e prestes a ver a UNESCO incorporar a Grande Barreira de Corais da Austrália na lista de patrimônios mundiais em perigo no mundo no próximo julho -, o primeiro ministro australiano Scott Morrison prometeu que, se reeleito, investirá mais US$ 700 milhões na proteção da chamada “jóia oceânica” da Austrália.

O anúncio ocorreu na sexta (28/1) e a previsão de investimento é para os próximos nove anos.

Devido aos recordes de temperatura que atingiram aquele país em dezembro, a Grande Barreira de Corais – com seus 2,3 mil quilômetros de extensão – está sob ameaça de sofrer o sexto evento de branqueamento em massa de que há registros na história. Os outros ocorreram em 1998, 2002, 2016, 2017 e 2020, todos causados pelo aumento da temperatura oceânica “impulsionado pelo aquecimento global”, segundo o Guardian.

A diferença é que, agora, a temperatura está 0,5oC mais alta do que a de qualquer um desses eventos anteriores, gerando um nível de estresse “sem precedentes” à barreira de corais. Os cientistas estão de olho no céu, já que o aumento da cobertura de nuvens por tempo prolongado, associado a chuvas e ventos, poderá amenizar o risco de branqueamento em larga escala.

Embora cientistas e conservacionistas saúdem os investimentos, alguns classificam o anúncio de Morrison como “uma tentativa cínica” frente à necessidade de enviar um relatório sobre a Barreira de Corais à UNESCO já nesta 3ª feira (1/2). Eles cobram do governo ação na causa do problema, ou seja, no combate às mudanças climáticas, melhorando metas de redução das emissões de gases de efeito estufa do país e acabando com subsídios a projetos de combustíveis fósseis.

Reuters, Associated Press, Financial Times, CNN e BBC também repercutiram a notícia.

 

ClimaInfo, 31 de janeiro de 2022.

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