Credibilidade do Brasil cada vez mais em baixa entre europeus 

Brasil credibilidade internacional

Levantamento realizado a pedido de partidos ecologistas da União Europeia (UE) revela que metade (49%) dos empresários europeus acredita que a melhor maneira de garantir que o Brasil cumpra suas obrigações ambientais no acordo entre a UE e o Mercosul seria por meio de medidas legalmente vinculantes, incluindo sanções comerciais.

Publicada ontem (31/1), a pesquisa ouviu 2,4 mil empresários na Alemanha, Bélgica, Holanda, Espanha, Itália e França.

Contrariando o Itamaraty, que insiste na tese do protecionismo europeu, 40% dos empresários ouvidos dizem que o tratado não vai ter impacto em seus negócios. A notícia é de Jamil Chade, no UOL.

O ceticismo europeu caminha para se transformar em ações concretas: a Comissão de Meio-Ambiente do Parlamento Europeu estuda criar uma lista de produtos que serão submetidos a “desmatamento zero” para entrar na Europa. Ela inclui soja, carne bovina e café – três commodities das quais o Brasil é o maior fornecedor para a UE.

Em entrevista a Assis Moreira, no Valor, Christophe Hansen, relator desta proposta, disse que a tendência é ampliar a lista, citando dois possíveis outros candidatos, o milho e a borracha.

Além do comércio – e do tratado de livre comércio entre Mercosul e UE – a política antiambiental do atual governo também prejudica a entrada do Brasil na OCDE.  Como explicou o coordenador da campanha Amazônia do Greenpeace Brasil, André Freitas, à Folha, não há motivos para acreditar que o presidente vá dar início à “remontagem do que ele próprio destruiu”.

Do outro lado do Atlântico Norte, o Diálogo Brasil-EUA sobre sustentabilidade e mudança do clima lançado no ano passado discutiu quatro frentes nas quais  a cooperação poderia atuar: reduzir emissões, financiar a conservação das florestas tropicais, promover a agricultura sustentável e construir parcerias com comunidades indígenas. Daniela Chiaretti traz mais detalhes em matéria do Valor que aprofunda o relatório lançado na sexta passada.

Em tempo: Para comprovar que o meio ambiente não vale nada neste governo, a Piauí vasculhou o Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento e descobriu que no ano passado o governo gastou com pensões a parentes de militares 66 vezes o valor investido no combate ao desmatamento. A última posição do ranking de investimentos do governo em 2021, por sua vez, foi ocupada pelos recursos relacionados às mudanças climáticas. Foi tão pouco dinheiro – apenas R$ 134 mil – que um único funcionário do Ministério da Defesa gastou o dobro (R$ 280 mil) em viagens internacionais.

 

ClimaInfo, 1º de fevereiro de 2022.

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