Existe uma geleira na Antártica com o tamanho do estado da Flórida. Ela é considerada a maior do mundo. Quando entrar em colapso, os mares ao redor do globo elevar-se-ão em mais de 65 centímetros, redesenhando a costa marítima em todo o planeta.
Isso ajuda a entender porque apesar de ter sido nomeada geleira Thwaites, em homenagem a Fredrik T. Thwaites, geólogo e professor emérito da Universidade de Wisconsin-Madison, ela foi apelidada de Geleira Doomsday – ou, em bom português: Geleira Apocalipse.
Em lugares como a Groenlândia, o gelo derrete por causa do ar quente atmosférico. No caso da Thwaites e de geleiras vizinhas, o derretimento é causado pela água quente sobre a qual flutuam. Modelos de computador mostram que a mudança do clima está fazendo com que os ventos levem mais água quente para o sul. Por isso, as temperaturas abaixo da Thwaites eram justamente um dos objetivos das pesquisas que estão sendo conduzidas durante o breve verão antártico por uma expedição de cientistas.
A pesquisa integra um esforço internacional de vários anos, orçado em US$ 50 milhões, para estudar a geleira. Mas este objetivo terá que esperar pelo próximo verão: a Thwaites ficou inalcançável este ano. Um grande iceberg, junto com o gelo marinho, está impedindo que os navios de pesquisa se aproximem dela. A AP entrevistou os cientistas para entender como estão adaptando suas pesquisas. A matéria foi reproduzida pelo Guardian.
Em tempo: O Greenpeace levou jornalistas à Antártica para conferir as pesquisas com pinguins relacionadas com o clima. A Reuters, em matéria reproduzida pelo UOL, conta como eles são agora estudados como indicadores-chave para entender as mudanças climáticas perto do Pólo Sul. O Independent destacou que a estabilidade das enormes colônias no mar de Weddell na última década sugere que essa área continua sendo um refúgio climático para os pinguins.
ClimaInfo, 4 de fevereiro de 2022.
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