Microempresário consegue autorização para exploração de nióbio em área maior do que a cidade de SP

10 de fevereiro de 2022
nióbio

A Agência Nacional de Mineração (ANM) concedeu a um único empresário o direito de prospectar nióbio na Amazônia em áreas que somadas teriam o tamanho de 1,5 vezes a cidade de São Paulo. João Carlos da Silva Martins é sócio de uma microempresa e aparece como ex-beneficiário do auxílio emergencial. As áreas concedidas à empresa dele, a Ourocan Serviços de Apoio e Logística para Mineração, passam sobre um assentamento de reforma agrária e pelas bordas de uma Terra Indígena e de uma Unidade de Conservação.

À Folha, Martins foi logo esclarecendo que não tinha nada a ver com o governo. “Sou minerador e acompanho o mercado”, explicou. O nióbio é a cloroquina que Jair Bolsonaro inventou para incentivar a mineração em Terras Indígenas. Segundo a mesma matéria da Folha, nos três primeiros anos sob o mandato de Bolsonaro, a ANM concedeu 171 autorizações de pesquisa para o minério, 64 delas na Amazônia. No triênio anterior, foram 74 autorizações, e 25 para a região amazônica. O crescimento foi de 156%. O Antagonista destacou a alta na exploração do metal, e também a estabilidade da baixa demanda doméstica e internacional.

Mas há um outro recurso mineral abundante na Amazônia e para o qual a demanda é sempre crescente: água. Em uma live para o Valor, o pesquisador Tasso Azevedo, do MapBiomas, alertou que a perda de 15% na cobertura de água em todo o país prejudicará atividades econômicas fundamentais, como a geração de energia. E que é possível que essa secura já esteja em curso na Amazônia, peça central no sistema de formação de chuvas para Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país. Caetano Scannavino,

Coordenador do Projeto Saúde & Alegria na região do rio Tapajós, escreve na Folha sobre as verdadeiras riquezas da região. Para ele, esses potenciais não florescem como poderiam devido a uma cultura de banditismo ambiental cada vez mais forte na região.

Em tempo: Um Só Planeta reporta a relação ganha-ganha entre os grandes players globais do setor de cosméticos e as cooperativas especializadas em bioativos da Amazônia. Um dado chama a atenção: 16,5% dos insumos usados pela Natura, quarta maior companhia de cosméticos do mundo, vêm da Amazônia.

 

ClimaInfo, 10 de fevereiro de 2022.

Clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.

Continue lendo

Assine nossa newsletter

Fique por dentro dos muitos assuntos relacionados às mudanças climáticas

Em foco

Aprenda mais sobre

Glossário

Este Glossário Climático foi elaborado para “traduzir” os principais jargões, siglas e termos científicos envolvendo a ciência climática e as questões correlacionadas com as mudanças do clima. O PDF está disponível para download aqui,
1 Aulas — 1h Total
Iniciar