Eletronuclear assina acordo para retomar obras de Angra 3

Angra 3

A obra da 3ª usina nuclear em Angra pode avançar mais um pouco. A Eletrobrás assinou um contrato de R$ 300 milhões com o consórcio que venceu a licitação do ano passado. A obra consiste em terminar a construção da superestrutura do prédio do reator e uma parte da montagem eletromecânica. Ficará faltando terminar o prédio do reator e os prédios auxiliares, além da parte mais cara e complicada da montagem do reator, a dos circuitos de vapor, e praticamente toda a parte elétrica.

Estima-se que o que falta custará R$ 15 bilhões. Como a parte nuclear da Eletrobras não pode ser privatizada, o governo espera encontrar um parceiro que, além da capacidade técnica, traga consigo boa parte do financiamento. Durante o atual governo, foram assinados declarações de intenção com a Rosatom russa e com a China National Nuclear Corp (CNNC).

Apesar de todas as promessas e do intenso lobby militar pela conclusão de Angra 3, um trabalho do Instituto Escolhas de 2020 concluiu que era mais barato parar a obra e desmontar tudo do que terminar e operar.

Segundo comentário de André Borges no Estadão, se a usina ficar pronta serão acrescentados 1,4 GW à capacidade nacional de geração, algo como 0,7% do total atual, ou menos ainda quando se considera o tempo que falta para seu acionamento. A CNN também deu a notícia.

E por falar em capacidade de geração, a ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) divulgou a existência de mais de 13 GW de geração fotovoltaica no país. Se fosse uma hidrelétrica, só ficaria atrás de Itaipu (14 GW) e, mesmo assim,  considerando a usina toda, inclusive a parte paraguaia. Deste total, ⅔ estão instalados em telhados e ⅓ em plantas centralizadas. Com informações da CNN, InfoMoney e Click Petróleo e Gás.

Em tempo: O governo está pressionando o Tribunal de Contas da União para que libere a venda da Eletrobras. Geralda Doca e Manoel Ventura, n’O Globo, informam que a tendência do tribunal é desconsiderar o parecer do ministro Vital do Rêgo, que encontrou um erro metodológico na avaliação das hidrelétricas da Eletrobras. O erro teria reduzido o valor da empresa. Uma sessão extraordinária do TCU apreciará o assunto na próxima 3ª feira.

 

ClimaInfo, 11 de fevereiro de 2022.

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