De olho na China, EUA se aproximam de ilhas do Pacífico para cooperar com a adaptação climática

Ilhas do Pacífico

Na primeira visita a Fiji em quatro décadas, o secretário de Estado norteamericano Antony Blinken participou da cúpula virtual do Fórum das Ilhas do Pacífico (PIF) e, na ocasião, anunciou que os EUA vão abrir uma embaixada nas Ilhas Salomão.

A visita ocorreu depois que o governo Biden divulgou uma visão geral da estratégia para o Indo-Pacífico, pela qual promete comprometer mais recursos diplomáticos e de segurança para reagir à China, que vem expandindo sua influência na região.

Antes de visitar Fiji, Blinken participou de reunião em Melbourne com representantes do Japão, Índia e Austrália, na qual os quatro países prometeram aprofundar a cooperação, em uma clara reação à expansão econômica e militar da China na região.

O tour de Blinken foi notícia na Reuters, AP, France24, Guardian e BBC.

As nações insulares do Pacífico valorizam sua soberania e querem ser vistas como atores autônomos. Mas estão recorrendo às grandes potências para obter ajuda para a crise climática. Em Fiji, Blinken ouviu dos governos locais a necessidade de uma ação genuína sobre as mudanças climáticas. Eles disseram que a coisa mais importante que os EUA poderiam fazer era tornar mais fácil para os países do Pacífico acessar dinheiro para se preparar e responder a desastres climáticos. Mas críticos ouvidos pelo New York Times temem que os norte-americanos, apesar de falar muito sobre clima, possam se concentrar na segurança militar.

Enquanto isso, nos EUA, um juiz federal de Louisiana ficou do lado dos procuradores-gerais republicanos dos estados produtores de energia e emitiu na última 6ª feira (11/2) uma liminar impedindo o governo Biden de usar sua estimativa de custo para valorar os danos causados ​​por cada tonelada adicional de gases de efeito estufa emitida na atmosfera. Em seu primeiro dia no cargo, Biden havia elevado a estimativa para US$ 51 por tonelada de CO2 emitido; no governo Trump, esse valor era de US$ 7 ou até menos por tonelada. AP, Reuters e Guardian trazem os detalhes.

Em tempo: Mais de 100 países representando mais da metade das zonas marítimas mundiais, se comprometeram na última 6ª feira (11/2) a aumentar as ações para a preservação dos ecossistemas marinhos, acabar com a exploração desmedida dos recursos dos oceanos e combater a poluição, em especial por plásticos. Os Compromissos de Brest pelos Oceanos foram assinados ao final da One Ocean Summit, na França, evento que teve o apoio da ONU do qual o Brasil não participou. Do lado de fora, organizações não governamentais protestaram, classificando o evento como “blue washing”. As matérias da RFi podem ser conferidas aqui e aqui. AP e Reuters também repercutiram.

 

ClimaInfo, 14 de fevereiro de 2022.

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