Incêndios e clima colocam coalas sob risco de extinção

Coalas

Os coalas acabam de passar da categoria “vulneráveis” para a lista oficial de espécies em risco de extinção”, uma notícia que teve ampla cobertura na imprensa global, incluindo WSJ, Bloomberg, DW, NHK, CNN, France 24, Reuters e AP. O carismático mamífero marsupial arbóreo nativo da Austrália foi listado pelo governo australiano após seu habitat natural ter sido atingido por uma seca prolongada e por incêndios florestais seguidos. As duas condições foram agravadas pelo desmatamento e pelas mudanças climáticas globais.

A Austrália perdeu cerca de 30% de seus coalas nos últimos três anos, segundo dados do ano passado da Fundação Koala, maior grupo conservacionista desses animais no país. A estimativa é de que existiam mais de 80 mil colas em 2018, tendo caído para menos de 58 mil em três anos. O pior declínio foi na região de Nova Gales do Sul, onde a população desses animais encolheu 41%.

Segundo a BBC, naquela região as queimadas do “verão negro” de 2019-20 mataram 5 mil coalas e afetaram ao menos 24% do seu habitat. “Os coalas passaram de “não listados”, para “vulneráveis” e para “em perigo” em menos de uma década. Isso é um declínio chocantemente rápido”, disse o cientista de conservação Stuart Blanch, da WWF-Austrália.

Em tempo: O World Resources Institute (WRI) afirmou que a flora mundial pode ser reduzida em 15% neste século caso a temperatura média global aumente mais de 2°C em relação aos níveis pré-industriais. Hoje 8% das plantas estão sob risco de extinção. Em cenários de maior aquecimento, afirma o estudo, a perda neste século pode ser ainda maior e chegar a catastróficos 50%. “Todos nós precisamos estar familiarizados com os esforços mundiais para manter a temperatura abaixo de 2°C. Cada fração de grau importa para a população. Apesar de todos os esforços, já estamos observando diversas mudanças climáticas. O aumento de 1,5°C já não traz segurança para o ecossistema”, disse em entrevista à CNN o porta-voz do WRI, Kelly Levin. Um Só Planeta também repercutiu o estudo.

 

ClimaInfo, 14 de fevereiro de 2022.

Clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.