Como a América Latina tornou-se “lixão” da cadeia global de resíduos 

Lixão América Latina

A América Latina se tornou o lixão de países como os Estados Unidos. Desde 2018, os níveis de exportação de resíduos plásticos do país para a nossa região aumentaram consideravelmente.

De acordo com dados da organização ambientalista sediada na Califórnia Last Beach Cleanup, publicados na BBC, até outubro do ano passado, os EUA haviam enviado mais de 89 mil toneladas de resíduos plásticos para os países da região, alguns dos quais receberam o dobro do que em 2020.

Por causa desse perigo iminente de contaminação da natureza e violação dos direitos das comunidades, a plataforma ambiental Gaia – que reúne 130 organizações da América Latina e do Caribe – publicou um comunicado exigindo que os governos da região atuem no que consideram uma emergência.

Os impactos questionáveis do fast fashion não estão apenas na sua produção de peças com qualidade duvidosa e formas de trabalho precarizadas com recorrentes escândalos de trabalhos análogos à escravidão. Estão também nos seus resíduos. O Fantás

tico, da Rede Globo, trouxe reportagem sobre o destino de milhões de toneladas de restos de tecido que são um problema para o meio ambiente. Os polos de descarte estão em países da América Latina e África, como o deserto do Atacama, praia em Gana e lixões no Brasil.

Por sua vez, a Coca-Cola – empresa classificada como a maior poluidora global por plásticos pelo quarto ano consecutivo em 2021 pela coalizão global Break Free From Plastic – disse que pretende que 25% de suas embalagens sejam globalmente reutilizáveis ​​até 2030, informou a Reuters. É bom que o faça já que as suas garrafas plásticas descartáveis ​​à base de petróleo entopem os oceanos, entre outros problemas.

Enquanto isso, a nova lei em vigor no nosso vizinho Chile começará a eliminar gradualmente o uso de copos de plástico, canudos, recipientes para viagem, garfos, colheres e facas em restaurantes e outros estabelecimentos de alimentação, registra outro artigo da Reuters. A lei faz parte de um esforço mais amplo para aumentar a reciclagem. A pretensão é reduzir em mais de 23 mil toneladas de plásticos por ano.

 

ClimaInfo, 15 de fevereiro de 2022.

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