BID nega empréstimo à Marfrig por associação com desmatamento ilegal na Amazônia

Marfrig São Felix do Xingu

A segunda maior produtora de carne bovina do Brasil, a Marfrig Global Foods, teve o seu pedido de empréstimo “engavetado” pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) porque o banco não concorda com as metas ambientais da empresa, bem como com os termos financeiros do empréstimo, segundo informa a Bloomberg. O artigo destaca a crescente preocupação quanto à empresa fomentar o desmatamento na Amazônia.

Grupos ativistas pressionaram o banco a abandonar o empréstimo ainda no ano passado. A alegação era que a linha de crédito do BID violaria as políticas de sustentabilidade do banco.

Por mais de uma década, a Marfrig e seus maiores rivais, como a JBS, vêm se comprometendo a livrar suas cadeias de suprimentos de animais nascidos ou criados em terras desmatadas. Apesar destas empresas dizerem estabelecer os mais altos padrões para seus fornecedores, a investigação da Bloomberg concluiu que as empresas usam de greenwashing ao se aproveitar das brechas do sistema.

O desmatamento na Amazônia está aumentando, com mais de 70% das terras desmatadas ilegalmente se transformando em pastagens para pastagem de animais.

Em tempo 1: O 2º Grupamento de Engenharia do Exército, em Porto Velho (RO), anunciou a contratação de mão de obra para a execução de serviço continuado de manutenção de alimentos e bebidas. O detalhe apontado pela coluna Radar, da Veja, mostra a aquisição de serviços de buffet no valor de R$ 79 mil reais para até 740 pessoas, com cardápio que inclui camarão, carpaccio de filé mignon, rosbife ao molho mustard e brandade de bacalhau.

Em tempo 2: A Comissão Europeia apresentará proposta para responsabilizar as empresas por danos ambientais e violações de Direitos Humanos em suas cadeias de fornecedores globais, informam Valor e Reuters. O Brasil  está incluído, já que a ideia é ampliar o cerco sobre as atividades em países terceiros.

Em tempo 3: Artigo do jornalista Claudio Angelo publicado no Blog da Companhia chama atenção para os desafios do próximo presidente, quem terá que fazer uma escolha muito difícil sobre a Amazônia. Pode deixar tudo como está, com a economia de metade do território entregue ao crime organizado, grilagem e desmatamento. Ou pode intervir, o que pode ocasionar “uma guerra”.

 

ClimaInfo, 24 de fevereiro de 2022.

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