A maioria esmagadora dos brasileiros reconhece que a mudança do clima é um problema real e importante para a humanidade e que medidas precisam ser tomadas para evitar o pior. Ao mesmo tempo, essa preocupação ainda não se traduz em mobilização política e social. Os dados são de uma pesquisa de opinião encomendada pelo Instituto Tecnologia e Sociedade (ITS) e realizada pelo IPeC com 2,6 mil pessoas entre setembro e novembro de 2021 de todas as regiões do Brasil.
De acordo com a pesquisa, 96% dos respondentes reconheceram que o aquecimento global é uma ameaça real, sendo que 75% afirmaram que seus impactos podem prejudicar muito seu entorno familiar e social e 61% disseram ter grande preocupação com o problema climático. Por outro lado, apenas 21% afirmaram ter conhecimento sobre o assunto.
Ana Carolina Amaral fez um apanhado dos principais números na Folha. Vale ressaltar a diferença de percepção sobre prejuízos potenciais causados pela mudança do clima entre negros (82%), pardos (78%), brancos (71%) e aqueles que se identificam com outras raças (74%); entre mulheres (80%) e homens (70%); e entre aderentes a posicionamentos ideológicos da esquerda (81%), centro (78%) e direita (69%).
Em tempo 1: A nova parte do 6º relatório de avaliação do IPCC divulgada na semana passada segue repercutindo. No ((o)) eco, Cristiane Prizibisczki conversou com o cientista Paulo Artaxo (USP), autor de um dos capítulos do relatório, sobre os impactos da mudança do clima no Brasil e a falta de preparo do país para lidar com esses efeitos. “O Brasil tem um plano de adaptação, mas ele não saiu do papel. Veja a questão de reflorestamento de encostas: se tivesse ocorrido em Petrópolis, não teríamos tido esse desastre que a gente viu. Todo mecanismo de adaptação que não leva em conta o funcionamento dos ecossistemas obviamente está fadado ao fracasso”, explicou Artaxo. Já no Um Só Planeta, Marco Britto faz um panorama dos impactos potenciais e o que os brasileiros precisam fazer para evitar o pior no futuro.
Em tempo 2: A Pública destacou como a juventude da periferia está assumindo a linha de frente no combate à crise climática no Brasil. Depois de décadas com esse debate restrito a determinados círculos políticos, sociais e intelectuais, as pessoas que são as mais afetadas pelo impacto da mudança do clima querem se fazer ouvir e ser incluídas na formulação e execução de políticas públicas de mitigação e adaptação.
ClimaInfo, 10 de março de 2022.
Clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.
