Relatório indica que carbono precisará ser retirado da atmosfera para viabilizar metas climáticas

emissões de carbono

Apenas a redução das emissões de carbono não basta para viabilizar o limite de 1,5°C de aquecimento global neste século. Esta é a conclusão de um novo estudo divulgado na semana passada pela Energy Transitions Commission, grupo que reúne especialistas e representantes de governos, empresas e organizações da sociedade civil. Por essa razão, de acordo com a análise, o mundo precisa acelerar a redução de suas emissões de gases de efeito estufa e, ao mesmo tempo, avançar no desenvolvimento de tecnologias para capturar e armazenar o carbono (CCS, na sigla em inglês) que já está na atmosfera terrestre.

A equação é desafiadora. Por ora, essas tecnologias de CCS ainda são custosas e pouco eficientes. Além disso, existe um temor justificado de que a priorização desse tipo de tecnologia esvazie os esforços de mitigação, sob a ilusão de que o CCS seria um “aspirador” de carbono para garantir a manutenção do modelo atual de desenvolvimento baseado em carbono. Uma alternativa mais barata e segura é o cultivo de árvores, que fazem a captura natural do carbono via fotossíntese.

Além de captura e armazenamento de carbono, os países também precisarão implementar padrões mais rígidos e eficientes na gestão de seus mercados de carbono, já que eles serão instrumentos críticos para viabilizar os compromissos internacionais sob o Acordo de Paris. De acordo com a análise, os países precisarão gastar mais de US$ 200 bilhões anuais em financiamento para remover o carbono de modo a viabilizar a meta de 1,5°C de aquecimento global nas próximas três décadas, o que equivale a cerca de 0,25% do PIB global.

Correio Braziliense e Guardian repercutiram o estudo.

 

ClimaInfo, 14 de março de 2022.

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