Estudo: cobertura congelada do Ártico “afinou” nos últimos três anos

degelo Ártico

Um estudo recém-divulgado por pesquisadores norte-americanos trouxe dados preocupantes sobre a cobertura de gelo no Ártico. De acordo com a análise, o extremo norte da Terra registrou perdas consideráveis na profundidade, espessura e volume do gelo marinho, especialmente nos últimos três anos. Os dados foram obtidos a partir de imagens captadas pelos satélites CryoSat-2 e ICESat-2.

A perda do volume de gelo tem sido observada de forma consistente por diversas pesquisas nas últimas décadas, um reflexo dos efeitos da mudança do clima no Ártico. No entanto, a nova pesquisa oferece dados mais confiáveis sobre profundidade e espessura – e aí está o principal motivo de preocupação. Segundo o estudo, a camada de gelo atual é mais fina do que estimativas anteriores; a razão para isso é a troca do gelo plurianual, mais antigo e resistente, pelo sazonal, que aparece na temporada fria e derrete no calor. “Os modelos atuais preveem que em meados do século podemos esperar verões sem gelo no Ártico, quando o gelo mais antigo, espesso o suficiente para sobreviver à estação do gelo, se for”, explicou Sahra Kacimi, do Instituto de Tecnologia da Califórnia.

A Galileu repercutiu essa notícia.

Em tempo: Enquanto isso, na Antártica, o gelo marinho também encolheu para sua menor extensão desde o começo dos registros históricos, há 43 anos. De acordo com o Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo dos EUA (NSDIC), a extensão mínima da cobertura congelada antártica chegou a 1,92 milhão de km2, cerca de 190 mil km2 menor que o recorde mínimo até então, registrado em 2017. Tosin Thompson deu mais detalhes na Nature. Em parte, os índices baixos de cobertura congelada favoreceram a descoberta recente dos restos do navio Endurance, que naufragou há mais de um século sob o comando do explorador Ernest Shackleton. A Independent abordou essa notícia.

 

ClimaInfo, 15 de março de 2022.

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