Conscientização é chave para mobilizar cidadãos e empresas em prol da ação climática

ação climática

Esta 4ª feira (16/3) foi o Dia Nacional da Conscientização sobre Mudanças Climáticas, uma data simbólica dedicada à disseminar a informação científica sobre a crise do clima e a necessidade de um esforço concertado de todos os cidadãos em prol de soluções para o problema.

De uma certa maneira, o próprio clima tem servido como vetor para ampliar essa conscientização: a intensificação de eventos extremos, como secas e chuvas mais fortes, tem marcado o noticiário no Brasil e no mundo nos últimos tempos. Somente neste verão, nosso país sofreu com tempestades, inundações e deslizamentos de terra na Bahia, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, com centenas de mortos, milhares de desabrigados e um prejuízo material ainda incalculável.

No Poder360, Karina Lima (do O que Você Faria se Soubesse o Que Eu Sei?) lembrou as tragédias climáticas recentes no Brasil e destacou a necessidade do poder público avançar com medidas de adaptação, com investimentos não apenas na infraestrutura, mas também na diminuição das desigualdades sociais. Ao mesmo tempo, ela também assinalou a principal responsabilidade do Brasil na luta contra a mudança do clima – a preservação da Amazônia. “Se o desmatamento continuar, a Amazônia pode atingir seu ponto de não-retorno, perdendo sua capacidade de regulação. As consequências seriam catastróficas”, escreveu.

Os impactos da crise climática não são mais uma expectativa futura, mas um dado da realidade concreta enfrentada pelas pessoas ao redor do mundo. Isso exige uma articulação de todos os atores, inclusive no setor privado, para implementar ações que reduzam as emissões e aumentem a resiliência das pessoas aos efeitos da mudança do clima. “Problemas complexos exigem soluções multidisciplinares e, para transformar os riscos em desenvolvimento resiliente, as organizações precisam que a agenda climática esteja integrada à sua estratégia de negócio e permeie todas as suas áreas internas”, defendeu Elisa Badziack (Rede Brasil do Pacto Global da ONU) também no Poder360.

A agenda climática é ainda mais relevante no contexto da periferia nos países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil. Na Maré de Notícias, Julia Rossi (Redes da Maré) defendeu a importância desse tema ser discutido pela perspectiva das favelas, considerando que essas áreas estão entre as mais vulneráveis aos efeitos negativos da mudança do clima. “Além do direito à educação, saúde, segurança pública, também precisamos pautar o direito ao meio ambiente nas favelas, que está relacionado ao esgotamento sanitário, a qualidade do ar, o abastecimento de água, a drenagem das chuvas e a gestão adequada dos resíduos sólidos”, escreveu.

Em tempo: Para ajudar na conscientização da juventude, o Ciclovivo montou uma lista com seis filmes para tratar do tema da mudança do clima com crianças e adolescentes. A relação vai desde infantis como “Wall-E” até megaproduções como “O Dia Depois de Amanhã” e o documentário premiado “Uma Verdade Inconveniente”.

 

ClimaInfo, 17 de março de 2022.

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