Frequência de incêndios florestais triplicou desde 2000 nos EUA

incêndios forestais
William Travis, Universidade do Colorado

Os números impressionam. De acordo com um novo estudo, publicado nesta semana na revista Science Advances, a frequência de incêndios florestais nos EUA aumentou três vezes desde o começo deste século; já a área afetada pelo fogo cresceu quatro vezes neste mesmo período. E a previsão dos autores é de que esses eventos se tornem ainda mais frequentes e destrutivos nas próximas décadas, especialmente se o mundo não conseguir reduzir as emissões de gases de efeito estufa e conter o aquecimento global em menos de 2°C neste século.

Os cientistas do Boulder’s Earth Laboratory, da Universidade do Colorado, analisaram dados de mais de 28 mil incêndios ocorridos entre 1984 e 2018 a partir de dados do sistema Monitoring Trends in Burn Severity (MTBS), que combina imagens de satélite com registros de histórico de incêndios estaduais e federais. Com base nessas informações, eles descobriram que houve mais incêndios em todas as regiões dos EUA contíguos entre 2005 e 2018 do que nas duas décadas anteriores. No oeste e leste do país, os pesquisadores descobriram que a frequência de incêndios dobrou; já nas Grandes Planícies, ela quadruplicou.

“Mais e mais incêndios concomitantes já estão alterando a composição e estrutura da vegetação, o acúmulo de neve e o abastecimento de água para nossas comunidades. Essa tendência desafia os esforços de combate ao fogo e ameaça a vida, a saúde e os lares de milhões de norte-americanos”, afirmou ao Independent a pesquisadora Virginia Iglesias, principal autora do estudo.

Em tempo: Enquanto isso, um dos principais cientistas em branqueamento de corais do mundo, o Prof. Terry Hughes, da Universidade James Cook, alertou no Guardian que a Grande Barreira de Corais da Austrália pode estar experimentando seu 6º evento de branqueamento em massa. Pesquisas anteriores mostraram que os corais dessa região sofreram processos similares, causados pelo aquecimento da água do Pacífico, em 1998, 2002, 2016, 2017 e 2020. Dados preliminares de análises recentes sinalizam que a temperatura da água na região da Grande Barreira está subindo novamente, com efeitos devastadores aos corais.

 

ClimaInfo, 18 de março de 2022.

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