Jane Fonda lança campanha política para defender ação climática

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Reuters

A atriz e ativista Jane Fonda lançou nesta 4ª feira (16/3) um grupo de campanha política nos Estados Unidos para apoiar candidatos comprometidos com a ação climática nas eleições legislativas e estaduais deste ano no país. “O público está votando com o clima em mente, mas as pessoas que elegemos não”, disse Fonda em um vídeo divulgado nas redes sociais. “Se não podemos mudar a mente das pessoas no poder, precisamos mudar as pessoas no poder”.

Esse grupo aproveita a brecha na legislação eleitoral norte-americana que permite a criação de grupos de ação político-eleitoral (chamados PAC) que podem financiar candidatos e fazer propaganda nos meios de comunicação, mesmo sem conexão formal com determinados partidos políticos ou candidatos. “Greta Thunberg avisou que nossa casa está pegando fogo. Então, é hora de combater o fogo com fogo, ou, neste caso, combater os dólares com dólares”, afirmou a atriz, sinalizando a briga que pretende comprar com grupos negacionistas que se aproveitaram desta brecha nos últimos tempos para eleger políticos negacionistas nos EUA.

A mobilização de Fonda acontece depois de o governo de Joe Biden enfrentar problemas políticos para aprovar suas propostas climáticas no Congresso norte-americano. Além da oposição intransigente do Partido Republicano, hoje dominado por negacionistas, Biden teve que lidar também com divisões dentro de sua base democrata. Diversas propostas foram barradas no Senado por conta da maioria ínfima que o Partido Democrata tem na Casa.

A notícia foi repercutida por Independent, Hollywood Reporter e The Hill, entre outros veículos.

Em tempo: ​​No Guardian, Chris Mcreal contou a história do lobista Phil Goldberg, um autodenominado “ambientalista comprometido”, mas que serve aos interesses da indústria petroleira nos EUA. Com conexões antigas no setor fóssil, Goldberg atua hoje no escritório de advocacia Shook, Hardy e Bacon, que fez seu nome décadas atrás ao defender com unhas e dentes a indústria de cigarros contra acusações na justiça sobre os efeitos negativos do tabaco em seus consumidores. Além de defender as empresas do setor fóssil, o advogado aproveita suas credenciais “progressistas” para pressionar políticos do Partido Democrata contra políticas que possam prejudicar os interesses estratégicos dessa indústria. O argumento dele é de que a litigância climática, através da qual consumidores e cidadãos processam as empresas na justiça por conta de sua responsabilidade sobre a crise climática, é “contraproducente” na luta contra a mudança do clima.

 

ClimaInfo, 18 de março de 2022.

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