Guerra coloca em xeque objetivos climáticos da União Europeia

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AP

Os esforços da União Europeia para se afastar do petróleo e do gás natural da Rússia estão respingando nos objetivos climáticos do bloco. A Reuters destacou o corte de impostos implementado por alguns países europeus, como Itália e França, para baratear a gasolina e o diesel. O problema é que isso amplia os subsídios governamentais aos combustíveis fósseis, contrariando uma promessa frequente desses mesmos países para reduzir o apoio financeiro governamental à indústria fóssil. “O que os governos estão fazendo está claramente na direção errada, eles deveriam reduzir os subsídios que prejudicam o meio ambiente e, em vez disso, estão aumentando-os”, reclamou Michele Governatori, da ONG italiana ECCO.

Por outro lado, o Banco Central Europeu (BCE) afirmou que a crise no leste do continente não está afetando (ao menos, até agora) as políticas e os objetivos climáticos da UE. Um exemplo disso, de acordo com os reguladores europeus, é a pressão do BCE para que as instituições financeiras e bancárias do bloco incluam informações sobre riscos climáticos associados a seus portfólios de investimento, além de realizar um teste de estresse climático ainda neste ano. A Bloomberg deu mais informações.

Mas os efeitos da guerra na Ucrânia vão além da Europa. A Bloomberg trouxe dados de uma análise de economistas do Federal Reserve norte-americano que indicam um risco crescente de recessão internacional caso as exportações russas de energia continuem interrompidas. Os autores comparam o cenário atual com o de 1991, quando o mundo sofreu com os efeitos da Guerra do Golfo no fornecimento de petróleo.

Por ora, o petróleo russo ainda está encontrando mercado no exterior. A Índia tem sido um dos principais destinos do combustível depois de Estados Unidos e Reino Unido anunciarem uma suspensão da compra do produto russo. A China também tem se aproveitado da situação para obter petróleo russo a preços mais baixos.

 

ClimaInfo, 23 de março de 2022.

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