O que está na cabeça dos negacionistas da crise climática?

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A esmagadora maioria dos cientistas climáticos concorda que a mudança do clima é um problema real que está sendo causado pela concentração crescente de gases de efeito estufa liberados pelas atividades humanas na atmosfera terrestre. Isso não é novidade alguma já há algum tempo. Aos trancos e barrancos, países, empresas e cidadãos estão colocando a questão climática no centro do debate político, econômico e social ao redor do mundo. Ainda assim, depois de tanto tempo, esforço, conhecimento e desastres climáticos acumulados nas últimas décadas, ainda há uma parcela pequena, mas substancial, da população global que rejeita essa questão e que, em casos extremos, sequer reconhece a existência do problema.

Samuel Webb explorou no Independent alguns motivos por trás da persistência e da insistência do negacionismo climático. Para a psicóloga Megan Kennedy-Woodard, especialista em ansiedade associada à questão climática, os promotores do negacionismo se aproveitam da negação enquanto defesa psicológica natural do ser humano, que nos protege de eventuais traumas: nesse sentido, eles aproveitam uma eventual sensação de “sufocamento” do ser humano com o gigantismo e a complexidade da crise climática para incutir ceticismo.

Já a professora Rachel McCloy, da Universidade de Reading (Reino Unido), entende que a maioria das pessoas aceita até certo ponto que a crise climática é real, mas opta por ignorá-la ou fazer pouco a respeito. “Os motivadores psicológicos aqui incluem o que chamamos de desconto (viver hoje às custas do amanhã) e nossas respostas emocionais a eventos negativos em grande escala”, explica. Nesse sentido, as pessoas “sufocadas” pelo problema climático podem achar conforto (ou um reforço em seu viés) em fontes duvidosas de informação e fake news, que correspondam e mantenham seu sistema de crenças.

 

ClimaInfo, 24 de março de 2022.

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