EUA e União Europeia negociam acordo para ampliar suprimento de gás sem depender da Rússia

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AP Photo/Michel Euler

De passagem por Bruxelas para a reunião dos líderes da OTAN, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deve aproveitar a viagem para alinhar com seus parceiros da União Europeia uma estratégia conjunta para garantir o fornecimento de gás para o mercado europeu e diminuir a dependência do continente do gás vindo da Rússia. Segundo o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, os EUA pretendem aumentar o fornecimento de gás norte-americano aos mercados da Europa.

De toda maneira, um desafio prático segue travando as tentativas da UE de se dissociar do gás russo: enquanto o fornecimento de gás dos EUA dependeria do transporte marítimo do combustível liquefeito, o gás vindo da Rússia usa gasodutos diretos que conectam os campos de exploração da Sibéria com os principais centros consumidores na Europa. Ou seja, dificilmente os EUA conseguirão oferecer gás no volume necessário e no preço desejado pelos países europeus, ao menos no curto prazo. Associated Press, Bloomberg e Washington Post deram mais detalhes sobre essa negociação.

Com a crise cada vez mais latente, os países europeus também se movimentam para encontrar fontes alternativas de gás e petróleo para garantir o abastecimento e reduzir a pressão inflacionária. No Reino Unido, o Independent destacou a ideia do governo Boris Johnson de permitir novas perfurações de petróleo e gás no Mar do Norte, “na medida do possível”, a despeito das promessas climáticas feitas por Londres antes e durante a COP26. Já a Reuters citou o entusiasmo do premiê britânico com a ampliação da capacidade de geração eólica e nuclear como caminhos para garantir sua “independência energética” e reduzir o custo de vida no futuro.

Enquanto isso, a Bloomberg informou que o Uzbequistão, na Ásia Central, também vislumbra uma expansão da produção de gás nos próximos anos. No entanto, o país pretende manter a maior parte desse combustível para uso doméstico, sem ampliar significativamente suas exportações – o que não é uma boa notícia para os europeus, ávidos por fontes alternativas de gás à Rússia.

 

ClimaInfo, 25 de março de 2022.

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