Cientistas detectam microplástico em sangue humano

microplásticos no sangue
David Kelly/Photograph David Kelly

Essa informação é preocupante: um estudo feito por pesquisadores holandeses e publicado na semana passada mostrou, pela primeira vez, a presença de microplásticos na corrente sanguínea humana. O estudo analisou amostras de 22 doadores anônimos de sangue, todos adultos saudáveis, e encontrou partículas de plástico em 17. Metade das amostras continha plástico PET, comum em garrafas de bebidas, enquanto 1/3 continha poliestireno, usado para embalar alimentos e outros produtos. Um quarto das amostras continha polietileno, do qual são feitas as sacolas plásticas de supermercado.

O impacto dos resíduos de plástico na saúde humana ainda são incertos. O que se sabe, a partir de testes de laboratório, é que essas substâncias podem causar danos às células humanas. No entanto, a descoberta explicita um problema ambiental crônico da humanidade: a poluição plástica. “Certamente é razoável se preocupar”, comentou ao Guardian Dick Vethaak, ecotoxicologista da Vrije Universiteit Amsterdam, um dos responsáveis pelo estudo. “A grande questão é o que está acontecendo em nosso corpo? As partículas ficam retidas? Elas são transportadas para certos órgãos, como passam pela barreira hematoencefálica? E esses níveis são suficientemente altos para desencadear doenças? Precisamos urgentemente de mais pesquisas para descobrir essas respostas”.

O estudo foi publicado pela revista Environmental International. A Folha republicou uma matéria da AFP com as descobertas da pesquisa.

Em tempo: Ainda sobre poluição plástica, a Reuters trouxe dados de uma pesquisa no Rio de Janeiro que abordou os impactos da presença de resíduos plásticos na diversidade biológica marinha. A partir de análises in loco, feitas a partir de mergulhos na região costeira da capital fluminense, pesquisadores da UFRJ descobriram que até mesmo criaturas pequenas estão sendo prejudicadas pelo plástico, que se quebra em pedaços menores e, muitas vezes, acaba por se prender em peixes, ouriços-do-mar e outros animais marinhos. A Folha também republicou essa reportagem.

 

ClimaInfo, 01 de abril de 2022.

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