Com alta nos preços internacionais, OPEP+ mantém limites à produção de petróleo

OPEP+
REUTERS/Dado Ruvic

Mesmo com a pressão de Estados Unidos e da União Europeia, os países da OPEP confirmaram nesta 5ª feira (31/3) que não pretendem aumentar o ritmo de produção de petróleo nos próximos meses. Desta forma, mantêm as condições para que o preço internacional do produto siga na faixa dos 100 dólares por barril.  Pela decisão, a extração aumentará em 432 mil barris diários a partir de maio, tal como delineado no final de 2021 pelo cartel.

A decisão da OPEP é também um sinal de que os países petroleiros não pretendem comprar briga com a Rússia, aliada da entidade, por causa da invasão à Ucrânia. Um dos reflexos do conflito foi um ensaio de boicote aos petróleo e gás natural da Rússia pelos países ocidentais: por ora, apenas EUA e Reino Unido afirmaram claramente que pretendem acabar com a compra de combustíveis fósseis russos ainda neste ano; a UE, que depende do gás russo, ainda resiste a medidas imediatas nesse sentido, limitando-se a anunciar metas de longo prazo para reduzir essa dependência. Bloomberg e Reuters deram mais informações.

Sem a ajuda da OPEP, o governo dos Estados Unidos anunciou ontem a liberação de mais um pedaço de suas reservas emergenciais de petróleo no mercado internacional. De acordo com a Casa Branca, cerca de um milhão de barris diários serão liberados a partir de maio por um período de seis meses, o que representa o maior volume de petróleo de reserva utilizado pelas autoridades norte-americanas até hoje. O presidente Joe Biden também confirmou que utilizará uma lei dos tempos da Guerra Fria para impulsionar a produção doméstica de minerais críticos para a montagem de materiais para veículos elétricos. A notícia foi destacada por Bloomberg, Wall Street Journal e Washington Post.

A Bloomberg também noticiou que a Rússia quer aumentar suas vendas de petróleo para países neutros no conflito com a Ucrânia, em especial a Índia. Para tanto, estão oferecendo descontos de até US$ 35 por barril, para que o mercado indiano receba pelo menos 15 milhões de barris neste ano. Os países asiáticos em geral têm servido como principais mercados para os combustíveis russos depois das restrições impostas pelo Ocidente a Moscou.

Em tempo: Aqui no Brasil, um grupo de 23 entidades ambientalistas divulgou carta protestando contra uma proposta em discussão no Congresso Nacional para reapresentar o Brasduto, o Fundo de Expansão dos Gasodutos de Transporte e de Escoamento da Produção, como parte do projeto de lei (PL) 414/2021 para modernização do setor elétrico. De acordo com os signatários da carta, a proposta pode retirar até R$ 100 bilhões da área social para bancar a expansão de gasodutos no Brasil, os quais beneficiarão apenas usinas térmicas caras e longe dos centros consumidores. A Folha noticiou.

 

ClimaInfo, 01 de abril de 2022.

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