Ansioso por boas notícias para aplacar a irritação dos brasileiros com a inflação e a alta dos combustíveis, o governo federal confirmou que irá antecipar o fim da taxa extra que vinha sendo cobrada na tarifa elétrica para garantir a operação das usinas termelétricas. Aplicada desde setembro, a bandeira “Escassez Hídrica” representa uma cobrança adicional de R$ 14,20 a cada 100 kWh, com o objetivo de reduzir o consumo de energia e garantir recursos para o acionamento das termelétricas enquanto as hidrelétricas sofriam com os efeitos da seca. Porém, as chuvas de verão melhoraram os níveis dos reservatórios do Centro-Oeste e Sudeste, o que permitiu ao governo antecipar em duas semanas o fim da tarifa.
De acordo com o governo, a conta de luz pode ter uma redução de cerca de 20% a partir de maio. No entanto, especialistas apontam que essa diminuição no valor da conta pode não ser completa, já que os reajustes periódicos da tarifa pelas distribuidoras podem “comer” parte da economia. Segundo o Estadão, a expectativa do mercado é por uma redução média de apenas 6,5% na tarifa elétrica paga pelos consumidores brasileiros. Já a CNN Brasil lembrou que as contratações de termelétricas feitas pelo governo ao longo do período de crise hídrica ainda terão reflexos nos próximos anos, com algumas usinas com operação garantida (e devidamente financiada pelo Tesouro) até pelo menos o final de 2025.
Agência Brasil, Folha, g1, O Globo e Valor, entre outros, repercutiram o fim da tarifa extra de energia elétrica.
Em tempo: Enquanto isso, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, sugeriu que um eventual fracasso da privatização da Eletrobras pelo governo federal pode inviabilizar a conclusão das obras da usina nuclear de Angra 3, no Rio de Janeiro. O governo está preocupado com a lentidão no processo de venda da estatal, que tem até o dia 13 de maio deste ano para concluir a operação de venda; esse é o prazo máximo apontado pelo mercado para que a empresa possa fazer sua venda e aproveitar eventuais ganhos em seu resultado financeiro ainda em 2022. O Valor deu mais informações.
ClimaInfo, 8 de abril de 2022.
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