ONS não vê risco de cobrança extra por energia elétrica em 2022

tarifa extra de energia
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As chuvas acima da média nos reservatórios hidrelétricos no Centro-Oeste e Sudeste afastaram, ao menos por ora, o risco de novos apertos no sistema nacional elétrico. De acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS), a tendência é de que o setor elétrico atravesse 2022 com a bandeira verde, a mais barata, nas tarifas de energia. “Estamos conseguindo atingir níveis de reservatórios que não tínhamos há muito tempo”, observou Luiz Carlos Ciocchi, diretor-geral do ONS. “Temos de partida uma situação bem mais confortável do que tivemos no ano passado”.

De acordo com o ONS, os reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN) começam o período seco de 2022 com um volume de 63,1% de armazenamento, quase o dobro dos 35,3% observados no ano passado. No Sudeste e no Centro-Oeste, as chuvas do verão deixaram os reservatórios nos melhores níveis em uma década.

Em 2021, boa parte do centro-sul brasileiro passou por sua pior seca em mais de nove décadas, o que derrubou os níveis dos reservatórios hidrelétricos nessas regiões. Para compensar a energia hidrelétrica a menos, o governo foi obrigado a acionar usinas termelétricas e o custo disso foi transferido ao consumidor através de uma bandeira emergencial mais cara na tarifa elétrica, a “bandeira escassez hídrica”. Na semana passada, o governo anunciou o fim dessa cobrança extra. De acordo com o governo, a necessidade de energia termelétrica do Brasil em 2022 será menor do que no ano passado: ao invés dos 20 mil MW demandados em 2021, agora as usinas termelétricas precisam entregar 6 mil MW. Folha, g1, Reuters e Valor deram mais informações.

Em tempo: Passados três meses desde a sanção da Lei n. 14.299/2022 pelo presidente Bolsonaro, o governo federal ainda não criou o grupo de trabalho que será responsável pela elaboração do plano do Programa de Transição Energética Justa para a região carbonífera de Santa Catarina. De acordo com a Lei, o grupo tem até janeiro de 2023 para apresentar esse plano. No entanto, como informou o Poder360, os ministérios de minas e energia e da casa civil empurraram o problema um para o colo do outro, sem que haja um prazo para a decisão ser tomada. O impasse joga mais incerteza entre representantes da indústria carvoeira e a população catarinense, já que o complexo termelétrico Jorge Lacerda, o principal foco do plano, emprega cerca de 21 mil pessoas.

 

ClimaInfo, 12 de abril de 2022.

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