ONS não vê risco de cobrança extra por energia elétrica em 2022

12 de abril de 2022
tarifa extra de energia
iStock

As chuvas acima da média nos reservatórios hidrelétricos no Centro-Oeste e Sudeste afastaram, ao menos por ora, o risco de novos apertos no sistema nacional elétrico. De acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS), a tendência é de que o setor elétrico atravesse 2022 com a bandeira verde, a mais barata, nas tarifas de energia. “Estamos conseguindo atingir níveis de reservatórios que não tínhamos há muito tempo”, observou Luiz Carlos Ciocchi, diretor-geral do ONS. “Temos de partida uma situação bem mais confortável do que tivemos no ano passado”.

De acordo com o ONS, os reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN) começam o período seco de 2022 com um volume de 63,1% de armazenamento, quase o dobro dos 35,3% observados no ano passado. No Sudeste e no Centro-Oeste, as chuvas do verão deixaram os reservatórios nos melhores níveis em uma década.

Em 2021, boa parte do centro-sul brasileiro passou por sua pior seca em mais de nove décadas, o que derrubou os níveis dos reservatórios hidrelétricos nessas regiões. Para compensar a energia hidrelétrica a menos, o governo foi obrigado a acionar usinas termelétricas e o custo disso foi transferido ao consumidor através de uma bandeira emergencial mais cara na tarifa elétrica, a “bandeira escassez hídrica”. Na semana passada, o governo anunciou o fim dessa cobrança extra. De acordo com o governo, a necessidade de energia termelétrica do Brasil em 2022 será menor do que no ano passado: ao invés dos 20 mil MW demandados em 2021, agora as usinas termelétricas precisam entregar 6 mil MW. Folha, g1, Reuters e Valor deram mais informações.

Em tempo: Passados três meses desde a sanção da Lei n. 14.299/2022 pelo presidente Bolsonaro, o governo federal ainda não criou o grupo de trabalho que será responsável pela elaboração do plano do Programa de Transição Energética Justa para a região carbonífera de Santa Catarina. De acordo com a Lei, o grupo tem até janeiro de 2023 para apresentar esse plano. No entanto, como informou o Poder360, os ministérios de minas e energia e da casa civil empurraram o problema um para o colo do outro, sem que haja um prazo para a decisão ser tomada. O impasse joga mais incerteza entre representantes da indústria carvoeira e a população catarinense, já que o complexo termelétrico Jorge Lacerda, o principal foco do plano, emprega cerca de 21 mil pessoas.

 

ClimaInfo, 12 de abril de 2022.

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